Mundo
Putin ameaça ‘responder’ se Reino Unido fornecer mísseis com urânio à Ucrânia
‘Parece que o Ocidente realmente decidiu combater a Rússia até o último ucraniano’, afirmou o chefe do Kremlin


O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou nesta terça 21 “responder” se Londres fornecer à Ucrânia munições com urânio empobrecido, após declarações de uma autoridade britânica.
“Hoje soubemos que o Reino Unido (anunciou) não apenas a entrega de tanques à Ucrânia, mas também de mísseis com urânio empobrecido. Se isso ocorreu, a Rússia se verá obrigada a responder, declarou Putin. “Parece que o Ocidente realmente decidiu combater a Rússia até o último ucraniano, não com palavras, mas com atos.”
A vice-ministra britânica de Defesa, Annabel Goldi, disse na segunda à noite, em resposta à pergunta de uma parlamentar britânica, que o Reino Unido planeja fornecer à Ucrânia mísseis “com urânio empobrecido”.
“Estas munições são muito eficazes para destruir tanques e veículos blindados modernos”, destacou em sua resposta por escrito, explicando que os mísseis são destinados ao uso com os tanques Challenger que Londres entregará a Kiev.
O ministro russo da Defesa, Sergey Shoigú, assegurou, por sua vez, que a “Rússia sabe como responder”. “Veremos o que planejam usar”, advertiu, considerando que foi dado “um passo a mais” na escalada.
A organização nuclear britânica Campaign for Nuclear Disarmament condenou a entrega de munições com urânio empobrecido e alertou, em um comunicado nesta terça, que se trataria de um “desastre ambiental e sanitário adicional para quem vive no coração do conflito”.
O uso de projéteis de urânio empobrecido é criticado pelos riscos que implicaria para a saúde dos soldados e das populações impactadas pelas explosões.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Putin defende o uso do yuan chinês no comércio entre países da Ásia, África e América Latina
Por CartaCapital
Por que os EUA consideram ‘inaceitável’ um cessar-fogo que saia da reunião entre Xi e Putin
Por CartaCapital
China denuncia ‘padrões duplos’ do TPI após ordem de prisão contra Putin
Por AFP