Mundo
Promotoria pede pena de morte para Hosni Mubarak
Para acusação, antigo governo não se preocupou em conter violência nas ruas e ex-presidente ordenou que tropas de segurança abrissem fogo contra manifestantes


CAIRO (AFP) – O promotor Mustafah Khater pediu nesta quinta-feira 5 a pena de morte para o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak. Ele é acusado de ser responsável pelo assassinato de manifestantes na revolta contra seu regime no início de 2011.
“A lei prevê a pena de morte para o assassinato premeditado”, declarou Khater ao fim de sua exposição no tribunal do Cairo onde o ex-chefe de Estado é julgado.
“O presidente da República é responsável pela proteção do povo. A questão não é apenas se ele ordenou a morte dos manifestantes, mas saber por que ele não atuou para interromper a violência”, afirmou em seguida o chefe da promotoria, Mustafah Suleiman.
O promotor questionou a alegação de que Mubarak não sabia da gravidade das manifestações iniciadas em 25 de janeiro do último ano e argumentou que o então ministro do Interior Habib el-Adli, também em julgamento, “não poderia ter dado a ordem de abrir fogo contra os manifestantes sem receber instruções de Mubarak”.
Na véspera, Suleiman assegurou ter provas consistentes da implicação de Mubarak no assassinato de manifestantes, e denunciou a falta de cooperação das autoridades com o Ministério Público. “A acusação confirmou que Mubarak, Adli e outras seis autoridades da segurança ajudaram e incitaram a disparar” contra a multidão que manifestava contra o ex-ditador, derrotado em fevereiro.”
Ele também acusou as novas autoridades egípcias de “se recusarem deliberadamente a cooperar com o Ministério Público” na investigação para determinar a responsabilidade de Mubarak.
Na terça-feira 3, o ex-chefe de Estado que exerceu o poder por três décadas, foi apresentado pelo promotor Suleiman como “um líder tirânico que tentou transferir o poder para seu filho Gamal”.
Mubarak, de 83 anos, chegou na segunda-feira 2 ao tribunal de ambulância para uma nova sessão de seu processo no Cairo. O ex-presidente foi levado de maca até a sala do tribunal, tal como nas audiências anteriores deste processo reiniciado em 28 de dezembro, depois de três meses de suspensão.
O julgamento contra o ex-presidente, que deixou o cargo em 11 de fevereiro sob pressão de uma revolta popular, começou em 3 de agosto. Mubarak está em prisão preventiva em um hospital militar no subúrbio do Cairo.
O presidente deposto é julgado por suposta responsabilidade nas ordens de atirar contra a multidão durante os protestos que oficialmente deixaram 850 mortos. Caso seja considerado culpado, Mubarak pode ser condenado à pena de morte. Ele também é acusado de corrupção, assim como seus filhos, Alaa e Gamal.
O ex-ministro do Interior, Habib el Adli, e seis de seus assessores são julgados ao mesmo tempo por estas acusações.
As últimas audiências do processo ocorreram em setembro, mas o processo foi suspenso devido a uma demanda recusada pelo presidente da corte, o juiz Ahmed Refaat, considerado parcial pela acusação. Finalmente, o magistrado foi mantido, permitindo o reinício do processo.
Nos últimos meses, a suspensão das audiências, as eleições legislativas e os recentes atos de violência relegaram a sorte do ex-presidente a segundo plano.
Leia mais em AFP.
CAIRO (AFP) – O promotor Mustafah Khater pediu nesta quinta-feira 5 a pena de morte para o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak. Ele é acusado de ser responsável pelo assassinato de manifestantes na revolta contra seu regime no início de 2011.
“A lei prevê a pena de morte para o assassinato premeditado”, declarou Khater ao fim de sua exposição no tribunal do Cairo onde o ex-chefe de Estado é julgado.
“O presidente da República é responsável pela proteção do povo. A questão não é apenas se ele ordenou a morte dos manifestantes, mas saber por que ele não atuou para interromper a violência”, afirmou em seguida o chefe da promotoria, Mustafah Suleiman.
O promotor questionou a alegação de que Mubarak não sabia da gravidade das manifestações iniciadas em 25 de janeiro do último ano e argumentou que o então ministro do Interior Habib el-Adli, também em julgamento, “não poderia ter dado a ordem de abrir fogo contra os manifestantes sem receber instruções de Mubarak”.
Na véspera, Suleiman assegurou ter provas consistentes da implicação de Mubarak no assassinato de manifestantes, e denunciou a falta de cooperação das autoridades com o Ministério Público. “A acusação confirmou que Mubarak, Adli e outras seis autoridades da segurança ajudaram e incitaram a disparar” contra a multidão que manifestava contra o ex-ditador, derrotado em fevereiro.”
Ele também acusou as novas autoridades egípcias de “se recusarem deliberadamente a cooperar com o Ministério Público” na investigação para determinar a responsabilidade de Mubarak.
Na terça-feira 3, o ex-chefe de Estado que exerceu o poder por três décadas, foi apresentado pelo promotor Suleiman como “um líder tirânico que tentou transferir o poder para seu filho Gamal”.
Mubarak, de 83 anos, chegou na segunda-feira 2 ao tribunal de ambulância para uma nova sessão de seu processo no Cairo. O ex-presidente foi levado de maca até a sala do tribunal, tal como nas audiências anteriores deste processo reiniciado em 28 de dezembro, depois de três meses de suspensão.
O julgamento contra o ex-presidente, que deixou o cargo em 11 de fevereiro sob pressão de uma revolta popular, começou em 3 de agosto. Mubarak está em prisão preventiva em um hospital militar no subúrbio do Cairo.
O presidente deposto é julgado por suposta responsabilidade nas ordens de atirar contra a multidão durante os protestos que oficialmente deixaram 850 mortos. Caso seja considerado culpado, Mubarak pode ser condenado à pena de morte. Ele também é acusado de corrupção, assim como seus filhos, Alaa e Gamal.
O ex-ministro do Interior, Habib el Adli, e seis de seus assessores são julgados ao mesmo tempo por estas acusações.
As últimas audiências do processo ocorreram em setembro, mas o processo foi suspenso devido a uma demanda recusada pelo presidente da corte, o juiz Ahmed Refaat, considerado parcial pela acusação. Finalmente, o magistrado foi mantido, permitindo o reinício do processo.
Nos últimos meses, a suspensão das audiências, as eleições legislativas e os recentes atos de violência relegaram a sorte do ex-presidente a segundo plano.
Leia mais em AFP.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.