Mundo
Projeto de lei de suicídio assistido na França dá o 1º passo após votos de deputados
305 deputados chancelaram a proposta, que conta com o apoio do presidente Emmanuel Macron


A Câmara Baixa da França aprovou, nesta terça-feira 27, a primeira versão de um projeto de lei voltado a regular a ajuda para morrer, o primeiro passo de um longo processo para permitir o suicídio assistido sob condições restritas.
Um total de 305 deputados aprovou a proposta legislativa, que conta com o apoio do presidente Emmanuel Macron. Alguns grupos conservadores rejeitam o projeto, bem como os 199 deputados que votaram contra.
“Respeitando as sensibilidades, as dúvidas e as esperanças, abre-se pouco a pouco o caminho de fraternidade que eu almejava”, escreveu Macron no X.
O presidente francês tem insistido que toda autorização para escolher morrer deve ser limitada para pessoas com doenças incuráveis e dores físicas ou psicológicas intensas.
A votação na Assembleia Nacional constituiu uma etapa inicial para o projeto de lei, que deverá passar várias vezes pela Câmara Baixa e pelo Senado para modificações.
Macron também afirmou que pode submeter o tema controverso a um referendo.
Se a lei for aprovada, a França se juntará a um pequeno grupo de países europeus que contam com legislação sobre o direito à morte assistida, entre eles Alemanha, Espanha, Áustria e Suíça.
Todos os grupos parlamentares permitiram que seus membros votassem de acordo com suas convicções pessoais, independentemente das limitações partidárias.
Esperava-se que os partidos de esquerda e de centro votassem a favor do projeto, ao contrário dos conservadores e dos deputados de extrema-direita, que geralmente se opõem à proposta.
O governo francês evita falar de eutanásia ou suicídio assistido, utilizando expressões como “ajuda para morrer” para se referir à lei.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Presidência francesa minimiza incidente entre Macron e a esposa no desembarque no Vietnã
Por AFP
‘Não queremos desencadear uma Terceira Guerra Mundial’, diz Macron sobre envio de tropas à Ucrânia
Por RFI
Racismo é ódio ‘não têm espaço na França’, diz Macron após ataque a muçulmano
Por AFP