Mundo
Primeiro-ministro do Canadá anuncia legislativas antecipadas em 28 de abril
Carney vai apelar ao patriotismo para tentar conseguir se manter no governo após as ameaças de Trump de transformar o Canadá no 51º estado dos EUA


O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, anunciou, neste domingo 23, eleições legislativas antecipadas em 28 de abril, enquanto seu governo enfrenta uma guerra comercial com os Estados Unidos e as ameaças de anexação do presidente americano, Donald Trump.
Carney, ex-governador do Banco Central do Canadá, foi eleito pelo Partido Liberal para substituir Justin Trudeau como primeiro-ministro, e por isso ainda não passou pelo crivo das eleições.
O primeiro-ministro antecipou que o eixo da campanha do seu partido com vistas a estas eleições, previstas a princípio para outubro, serão as ameaças comerciais e territoriais do presidente americano.
“Acabo de pedir à governadora geral que dissolva o Parlamento e convoque eleições para 28 de abril”, disse Carney, em alusão à representante do rei Charles III no Canadá, país-membro da Commonwealth.
Trump “quer nos dobrar para que os Estados Unidos sejam nossos donos. Não vamos deixar que isto aconteça”, disse Carney.
“Enfrentamos a crise mais importante das nossas vidas devido às ações comerciais injustificadas do presidente Trump e suas ameaças à nossa soberania”, afirmou o primeiro-ministro.
“Nossa resposta deve ser construir uma economia forte e um Canadá mais seguro”, acrescentou.
O Partido Liberal, no poder há uma década, foi sacudido por escândalos que o fez perder popularidade.
Carney vai apelar ao patriotismo para tentar conseguir se manter no governo após as ameaças de Trump de transformar o Canadá no 51º estado dos EUA.
O presidente americano não parou por aí. O republicano também desatou uma guerra comercial com a imposição de tarifas alfandegárias às importações procedentes do Canadá, parceiro do tratado de livre comércio da América do Norte, o T-MEC.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

China assegura que vai seguir pelo caminho ‘correto’ da globalização econômica
Por AFP
Israel lança ofensiva no sul da Faixa de Gaza
Por AFP
Juiz determina prisão de prefeito opositor a Erdogan em meio a protestos
Por AFP
Rússia ataca área residencial de Kiev antes de negociações
Por Deutsche Welle