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Primeiro-ministro conservador toma posse na Grécia

Indignação com a austeridade mudou a agenda. Agora, objetivo é suavizar as medidas de aperto fiscal impostas pela UE

Antonis Samaras, líder do Nova Democracia e novo primeiro-ministro, conversa com Carolos Papoulias, o presidente da Grécia. Foto: Andreas Solaro / AFP
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Antonis Samaras, líder do Nova Democracia, partido de centro-direita que foi o mais votado nas eleições legislativas da Grécia do último domingo, foi nomeado nesta quarta-feira 20 o novo primeiro-ministro do país. Samaras vai liderar uma coalizão composta ainda por dois outros partidos, ambos de centro-esquerda, o Pasok e o Esquerda Democrática. Juntas, essas siglas terão 179 dos 300 assentos no Parlamento grego, uma maioria capaz de fazer avançar políticas cujo objetivo é tirar a Grécia da dura crise econômica que enfrenta.

O governo de Samaras terá uma missão bastante complicada pela frente. A Grécia precisa revisar o acordo que fez com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) de forma a buscar um meio termo entre as exigências desses atores internacionais e da população. Em troca de empréstimos para saldar suas enormes dívidas, governos gregos aceitaram aplicar uma série de medidas de aperto fiscal, altamente impopulares na Grécia. Além de manifestações e protestos violentos, a austeridade provocou o crescimento de extremismos no cenário político grego, particularmente do Aurora Dourada, partido com ideias nazistas. Do outro lado do espectro político, a coalizão de extrema-esquerda Syriza, segunda colocada nas eleições, ganhou força com uma proposta mais radical de recusa das medidas de aperto fiscal. As propostas do Syriza, entretanto, foram bombardeadas por políticos gregos e também europeus, que classificaram o partido como “ameaça” ao euro. Assim, o poder volta ao Nova Democracia e ao Pasok, os partidos mais tradicionais da Grécia, que colocaram o país na atual situação.

A indignação generalizada com a austeridade serviu, ao menos, para mudar a agenda do governo. Se antes o Nova Democracia e o Pasok falavam apenas em cumprir a agenda da UE e do FMI, agora o discurso é de que a prioridade é suavizar o aperto fiscal. “Na semana que vem em Bruxelas (sede da UE) vamos ter uma grande batalha para a revisão do empréstimo e renegociar as linhas de trabalho que vão recuperar o crescimento e ajudar na luta contra o desemprego”, disse Evangelos Venizelos, líder do Pasok, que deve ter um cargo de destaque no governo Samaras. Fotis Kouvelis, líder do Esquerda Democrática, seguiu na mesma linha, afirmando que o governo deve “livrar o país dos termos dolorosos” previstos no plano de resgate externo.

Em suas primeiras-palavras, Samaras tentou manifestar otimismo e pediu ajuda à população. Isso porque a busca pela suavização do aperto fiscal não significa que a austeridade será completamente deixada de lado. Reformas já feitas serão mantidas e outras virão. “Peço ao povo grego patriotismo, unidade nacional sem fissuras e confiança”, disse Samaras. “Com a ajuda de Deus, faremos o que estiver ao nosso alcance para tirar o país da crise o quanto antes. Amanhã pedirei ao novo governo que trabalhe duro para podermos dar uma esperança tangível a nosso povo”, afirmou.

Antonis Samaras, líder do Nova Democracia, partido de centro-direita que foi o mais votado nas eleições legislativas da Grécia do último domingo, foi nomeado nesta quarta-feira 20 o novo primeiro-ministro do país. Samaras vai liderar uma coalizão composta ainda por dois outros partidos, ambos de centro-esquerda, o Pasok e o Esquerda Democrática. Juntas, essas siglas terão 179 dos 300 assentos no Parlamento grego, uma maioria capaz de fazer avançar políticas cujo objetivo é tirar a Grécia da dura crise econômica que enfrenta.

O governo de Samaras terá uma missão bastante complicada pela frente. A Grécia precisa revisar o acordo que fez com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) de forma a buscar um meio termo entre as exigências desses atores internacionais e da população. Em troca de empréstimos para saldar suas enormes dívidas, governos gregos aceitaram aplicar uma série de medidas de aperto fiscal, altamente impopulares na Grécia. Além de manifestações e protestos violentos, a austeridade provocou o crescimento de extremismos no cenário político grego, particularmente do Aurora Dourada, partido com ideias nazistas. Do outro lado do espectro político, a coalizão de extrema-esquerda Syriza, segunda colocada nas eleições, ganhou força com uma proposta mais radical de recusa das medidas de aperto fiscal. As propostas do Syriza, entretanto, foram bombardeadas por políticos gregos e também europeus, que classificaram o partido como “ameaça” ao euro. Assim, o poder volta ao Nova Democracia e ao Pasok, os partidos mais tradicionais da Grécia, que colocaram o país na atual situação.

A indignação generalizada com a austeridade serviu, ao menos, para mudar a agenda do governo. Se antes o Nova Democracia e o Pasok falavam apenas em cumprir a agenda da UE e do FMI, agora o discurso é de que a prioridade é suavizar o aperto fiscal. “Na semana que vem em Bruxelas (sede da UE) vamos ter uma grande batalha para a revisão do empréstimo e renegociar as linhas de trabalho que vão recuperar o crescimento e ajudar na luta contra o desemprego”, disse Evangelos Venizelos, líder do Pasok, que deve ter um cargo de destaque no governo Samaras. Fotis Kouvelis, líder do Esquerda Democrática, seguiu na mesma linha, afirmando que o governo deve “livrar o país dos termos dolorosos” previstos no plano de resgate externo.

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