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Primeira-ministra britânica Liz Truss anuncia sua renúncia
Ela informou que uma nova votação interna ocorrerá “até a próxima semana” para substituí-la


A primeira-ministra britânica Liz Truss anunciou sua renúncia nesta quinta-feira (20) depois de apenas seis semanas no cargo, desencadeando uma nova eleição dentro do Partido Conservador.
“Dada a situação, não posso cumprir o mandato para o qual fui eleita pelo Partido Conservador”, disse Truss, que se torna a chefe de governo de vida mais curta na história contemporânea do Reino Unido.
Ela informou que uma nova votação interna ocorrerá “até a próxima semana” para substituí-la.
Mais cedo nesta quinta-feira, seu porta-voz já havia classificado o dia anterior, enfrentou piadas da oposição, a rebelião entre os deputados conservadores e a renúncia de sua ministra do Interior, como ‘um dia difícil’.
No comunicado, ele dizia que Truss queria que o governo se concentrasse ‘menos na política’ e mais em ‘cumprir as prioridades’. Horas depois, no entanto, a saída de Truss do cargo foi confirmada.
Rejeitada pela opinião pública e questionada dentro de seu próprio partido, a líder conservadora de 47 anos ficou apenas seis semanas no cargo de primeira-ministra do Reino Unido. Ela substituiu Boris Johnson, que também perdeu prestígio entre os conservadores.
Sua popularidade despencou em parte devido ao abandono de seu pacote de medidas econômicas, que incluía cortes maciços de impostos e apoio colossal ao pagamento das contas de energia, duas questões que levantaram temores de um colapso nas contas públicas.
Além disso, desde quarta-feira, mais de uma dezena de deputados conservadores pediam sua renúncia e a imprensa britânica apontava o “caos” vivido nas últimas horas.
Truss sofreu um novo revés com a renúncia de sua ministra do Interior, Suella Bravermam, após uma agitada sessão no Parlamento.
A ministra do Interior alegou como motivo da sua demissão ter usado a sua conta de e-mail pessoal para enviar um documento oficial a um colega, mas os meios de comunicação britânicos apontam principalmente para as diferenças entre as duas mulheres em relação à política de imigração.
A renúncia de Braverman acontece poucos dias após a demissão do então ministro das Finanças Kwasi Kwarteng, em 14 de outubro.
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