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Presidente eleito da Guatemala anuncia gabinete com paridade de gênero

Arévalo afirmou que o principal desafio do novo gabinete será “resgatar” as instituições carcomidas pela corrupção

Presidente eleito da Guatemala anuncia gabinete com paridade de gênero
Presidente eleito da Guatemala anuncia gabinete com paridade de gênero
Presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo. Foto: Johan Ordonez/AFP
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O social-democrata Bernardo Arévalo, que assumirá a presidência da Guatemala no domingo, apresentou, nesta segunda-feira 8, um gabinete de sete homens e sete mulheres para seu governo de luta contra a corrupção. O novo mandatário foi criticado, já que dois deles estão vinculados a empresários e políticos tradicionais.

“Sete mulheres e sete homens vão compor com muito compromisso o primeiro gabinete paritário na história do país”, afirmou o futuro governante ao apresentar sua equipe de governo no complexo de teatros Miguel Angel Asturias, na capital.

Arévalo afirmou que o principal desafio do novo gabinete será “resgatar” as instituições carcomidas pela corrupção.

A maioria dos 14 ministros são quase desconhecidas para os guatemaltecos, mas no grupo há duas figuras que suscitaram algumas críticas nas redes sociais.

Arévalo indicou como ministra das Comunicações, Infraestrutura e Habitação Jazmín de la Vega, uma parceira da poderosa cúpula empresarial, até o momento distante do futuro governante.

Além disso, nomeou como seu futuro ministro de Governo (Casa Civil) Francisco Jiménez, que ocupou esse cargo durante o governo do ex-presidente (já falecido) Álvaro Colom (2008-2012), acusado de corrupção.

O presidente eleito reconheceu que ficou “em dívida com a pluralidade do país, em alusão ao fato de apenas uma indígena integrar sua equipe, Miriam Roquel (Trabalho). As comunidades indígenas representam 42% dos 17,6 milhões de guatemaltecos.

Também anunciou nesta segunda que criará uma Comissão Nacional contra a Corrupção, que será um órgão consultor e fiscalizador, mas sem dar maiores detalhes.

No domingo, Arévalo assegurou que assumirá a presidência, embora o Ministério Público tenha empreendido uma ofensiva contra ele e seu partido Semilla, acusando-os de supostas irregularidades eleitorais.

“Do ponto de vista legal, não há nenhuma possibilidade (de evitar que assuma). Certamente, sempre vão seguir fazendo tentativas e vão seguir querendo fazer, por meio de interpretações extravagantes, o jogo de última hora”, afirmou.

Em dezembro, a Corte de Constitucionalidade (CC) ordenou garantir “a tomada de posse” de todos os funcionários eleitos, enquanto o Tribunal Supremo Eleitoral declarou os resultados das eleições como “inalteráveis e definitivos”.

O Ministério Público empreendeu sua ofensiva legal contra Arévalo desde que, nas eleições de junho, passou ao segundo turno presidencial. O agora mandatário eleito denunciou à época uma tentativa de “golpe de Estado” ante sua promessa de combater a corrupção.

Entre essas ações, o Ministério Público tentou retirar a imunidade de Arévalo, que substituirá o direitista Alejandro Giammattei.

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