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Presidente do Panamá anuncia toque de recolher para ‘limpar’ as ruas

O toque de recolher ‘é a única forma que temos, em relativa tranquilidade, de limpar as próprias ruas’, disse José Raúl Mulino

Presidente do Panamá anuncia toque de recolher para ‘limpar’ as ruas
Presidente do Panamá anuncia toque de recolher para ‘limpar’ as ruas
Presidente do Panamá, José Raúl Mulino. Foto: Arquivo/AFP
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O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou, nesta quinta-feira 29, que vai impor um toque de recolher em duas regiões do país para “limpar” as ruas do narcotráfico e da criminalidade.

A medida, que impede o deslocamento livre da população, estará em vigor de “nove da noite a cinco ou seis da manhã” na província caribenha de Colón e no populoso distrito de San Miguelito, adjacente à capital panamenha, disse ele.

“Desejo que haja toque de recolher nesses dois locais porque são talvez as áreas mais afetadas por esse problema de gangues. O narcotráfico modificou toda a estrutura criminosa”, afirmou o presidente conservador em sua coletiva de imprensa semanal.

Mulino não especificou a data em que a medida entrará em vigor.

O toque de recolher “é a única forma que temos, em relativa tranquilidade, de limpar as próprias ruas, avenidas e áreas mais afastadas”, acrescentou Mulino.

Nas últimas semanas, dezenas de pessoas foram detidas no Panamá, incluindo policiais e o filho de um deputado, por suposta ligação com gangues ou tráfico de drogas.

Segundo as autoridades, essas gangues traficam drogas e lavam dinheiro oriundo do narcotráfico. Além disso, a maioria dos homicídios no país está relacionada a estas associações criminosas.

Mulino também afirmou que, durante seu período como ministro da Segurança no governo do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), apreender uma tonelada de droga “era de vez em quando”, enquanto agora “é coisa de todos os dias”.

O Panamá apreendeu 119 toneladas de drogas em 2023, quantidade inferior ao recorde de 138 toneladas em 2022.

Até o momento, as autoridades panamenhas apreenderam mais de 50 toneladas.

O Panamá, assim como o restante da América Central, serve como ponto de passagem para a cocaína proveniente da América do Sul, principalmente da Colômbia, que é enviada para os Estados Unidos, o maior consumidor mundial desta droga.

Apreensões em portos do Caribe panamenho de drogas que tinham a Europa como destino também tiveram um aumento nos últimos meses.

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