Mundo

Presidente do Equador propõe aumento do IVA para financiar ‘conflito armado’

O Parlamento tem 30 dias para se pronunciar sobre a proposta de subir de 12% para 15% o Imposto sobre Valor Agregado

O presidente do Equador, Daniel Noboa. Foto: Eduardo Santillán/Presidencia de la República
Apoie Siga-nos no

O presidente do Equador, Daniel Noboa, propôs ao Congresso um aumento de 12% para 15% no Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para financiar o “conflito armado interno” declarado diante de um ataque de facções do tráfico, informou o governo nesta sexta-feira (12).

Noboa, no poder desde novembro do ano passado, apresentou na quinta-feira perante a Assembleia Nacional, na qual o partido no poder é minoritário, um projeto de lei urgente com o único objetivo de aumentar o IVA, segundo o documento divulgado pelo Ministério da Comunicação.

O Parlamento, que já aprovou as iniciativas do presidente, tem 30 dias para se pronunciar sobre a proposta.

Entre janeiro e setembro de 2023, a arrecadação de todos os tipos de impostos atingiu cerca de 13,5 bilhões de dólares (65,8 bilhões de reais na cotação atual), segundo o Serviço de Receitas Internas (SRI).

“A presente Lei tem como objetivo enfrentar o conflito armado interno, a crise social e econômica que atravessa o Equador e que agravou a difícil situação fiscal”, afirma o projeto.

Mais de vinte facções de narcotraficantes, compostas por cerca de 20 mil membros, espalham o terror no país desde domingo, em retaliação às políticas firmes do governo para subjugá-las.

Noboa ordenou aos militares que neutralizassem os traficantes.

O ataque deixou 16 mortos, tumultos em prisões, 178 agentes penitenciários e funcionários detidos por presidiários, policiais sequestrados, ataques com explosivos e veículos incendiados.

Devido à violência do tráfico, o Equador registrou um recorde de 46 homicídios por 100 mil habitantes em 2023, um aumento de 800% desde 2018.

Organizações de tráfico de drogas, com ligações a cartéis no México e na Colômbia, disputam o poder com massacres em penitenciárias que deixam mais de 460 reclusos mortos desde 2021.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo