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Presidente do Equador pede renúncia de gabinete no primeiro ano de seu governo

Gestão de Guillermo Lasso é marcada por uma sangrenta crise carcerária

Guilhermo Lasso, ex-presidente do Equador. Foto: Rodrigo Buendía/AFP
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O presidente do Equador, Guillermo Lasso, pediu a renúncia de seu gabinete às vésperas de completar seu primeiro ano de mandato, marcado por uma sangrenta crise carcerária, anunciou a secretaria de Comunicação.

O presidente conservador pretende renovar seu ministério e a princípio nomeará novos titulares para as pastas de Minas e Energia, de Agricultura e Pecuária, e Direitos Humanos. Nesta terça, ele já mudou o da Defesa.

“O Governo Nacional, em seu primeiro ano de gestão, está realizando uma avaliação de todo o seu gabinete e efetuando as mudanças que considere pertinentes em função da melhor execução do Plano de Criação de Oportunidades 2021-2025”, destacou a secretaria de Comunicação no Twitter.

Consequentemente, Lasso “solicitou as renúncias dos ministros” de forma protocolar para revisar os “melhores perfis do país, que direcionem as instituições do Executivo a garantir o bem-estar de cada cidadão de forma integral”.

O governo, que não destacou quando nem quem será nomeado para as diferentes pastas, agradeceu o “aporte e compromisso dos Ministros em fim de mandato no processo de construção de um Equador de oportunidades para todos”.

Lasso viajou nesta quinta-feira para a fronteira com o Peru (sul), onde na sexta vai se reunir com seu colega peruano, Pedro Castillo.

Defesa, a primeira mudança

Na terça e sem informar a causa, o então ministro de Defensa, Luis Hernández, renunciou ao em meio ao embate do narcotráfico, que derivou em altos níveis de criminalidade e os piores massacres carcerários no país.

Nesse mesmo dia, o presidente tomou o juramento do general reformado Luis Lara, que foi chefe do comando conjunto das Forças Armadas entre 2019 e 2021.

Lasso, que em 24 de maio próximo cumprirá o primeiro de seus quatro anos de governo, disse então pelo Twitter que “a trajetória (de Lara) ao serviço dos equatorianos reflete seu profissionalismo. Confio plenamente em seu aporte positivo à segurança do país”.

O governo declarou uma guerra contra o narcotráfico, que desatou um crescimento da criminalidade nas ruas e enfrentamentos pelo poder entre presos membros de grupos que deixam 350 detentos mortos desde fevereiro de 2021, em massacres que figuram entre as piores da América Latina.

O ministro do Interior em fim de mandato, Patricio Carrillo, admitiu na semana passada que o Equador atravessa uma “crise de insegurança” vinculada à criminalidade, que este ano provocou a morte de 1.180 pessoas.

Em 2021, o país apreendeu um recorde anual de 210 toneladas de drogas, principalmente de cocaína.

No primeiro quadrimestre de 2022, as apreensões ultrapassaram as 75 toneladas, informou na terça-feira Lasso, um ex-banqueiro de direita que governa com uma oposição dispersa, mas que detém a maioria na Assembleia Nacional.

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