Mundo
Presidente do Azerbaijão acusa a Rússia de tentar esconder as causas do acidente aéreo
Vladimir Putin pediu desculpas no sábado a Ilham Aliyev pelo ‘trágico acidente’


O presidente do Azerbaijão acusou, neste domingo 29, a Rússia de ter tentado esconder que o avião da companhia aérea nacional que caiu na quarta-feira 25 no Cazaquistão foi atingido por tiros disparados a partir do território russo, e exigiu um pedido público de desculpas a Moscou.
Desde o incidente, no qual um avião do Azerbaijão caiu no oeste do Cazaquistão, matando 38 pessoas, as suspeitas são de que a Rússia pode ter derrubado acidentalmente o avião.
Vladimir Putin pediu desculpas no sábado ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, pelo “trágico acidente” em uma conversa telefônica, mas não disse que o sistema de defesa aérea russo derrubou o dispositivo, hipótese apontada por especialistas dos Estados Unidos e de outros países ocidentais.
O líder do Azerbaijão apontou publicamente a “culpa” da Rússia em uma entrevista a uma rede nacional de televisão, insistindo que o avião “foi derrubado acidentalmente”.
“Sabemos que os sistemas de interferência eletrônica” ativos em Grozny “fizeram com que nosso avião perdesse o controle e sua cauda também fosse gravemente danificada”.
Ilham Aliev considerou que as diferentes versões dos acontecimentos apresentadas pela Rússia após o acidente “demonstram claramente que o lado russo queria encobrir o assunto”.
“Infelizmente, durante os primeiros três dias após o acidente, não ouvimos nada além de teorias absurdas da Rússia”, disse ele em rede nacional, segundo a agência estatal Azertag.
“Admitir a culpa, pedir desculpas a tempo ao Azerbaijão, que é considerado um país amigo, e informar o público sobre isso são medidas e passos que deveriam ter sido tomados”, acrescentou.
O avião Embraer 190, de fabricação brasileira da Azerbaijan Airlines, com 67 pessoas a bordo, fazia um voo de Baku, capital do Azerbaijão, para Grozny na quarta-feira.
O avião caiu e pegou fogo perto de Aktau, um porto do Mar Cáspio, no oeste do Cazaquistão e longe de sua rota normal.
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