Mundo
Presidente de Palau propõe mergulho a Trump para mostrar de perto os efeitos das mudanças climáticas
O arquipélago de 340 ilhas a leste das Filipinas é extremamente vulnerável ao aumento do nível do mar


O presidente de Palau, Surangel Whipps Jr., deseja que o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, faça um mergulho de snorkel para que constate, de perto, a “morte lenta” causada pelas mudanças climáticas. A afirmação foi feita pelo chefe de Estado à AFP nesta quarta-feira 12.
“Seria bom se fizéssemos snorkel juntos e veremos como estão as coisas”, disse Surangel Whipps Jr. em Tóquio, à margem da cúpula sobre os oceanos.
“O custo de não fazer nada a respeito (da mudança climática) será ainda pior. Espero poder falar com o presidente Donald Trump sobre o lado financeiro”, destacou o político que lidera um dos países mais vulneráveis à mudança climática.
A ideia, explicou, é que Trump veja de perto os efeitos da crise climática em Palau, um arquipélago de 340 ilhas a leste das Filipinas que está sob risco extremo com o iminente aumento do nível do mar. Whipps reconhece que alguns dos atóis podem desaparecer nos próximos anos se o aquecimento global não for contido.
“A ameaça está ali para todos”, afirmou ao pedir a Trump que “pense em seus filhos e nos filhos de seus filhos”.
Trump, que considera a mudança climática uma farsa, retirou Washington do Acordo de Paris pela segunda vez. O republicano também impediu que os EUA participem de iniciativas e estudos-chave sobre o clima.
Mineração em águas profundas
Palau pediu também uma suspensão dos debates sobre a mineração em águas profundas. Ele tenta construir um consenso na região antes de uma reunião que pode finalmente estabelecer regras para a mineração em águas internacionais.
Os cientistas alertam que explorar o subsolo de vastas seções do oceano Pacífico em busca de metais como o níquel e o cobalto, utilizados nas baterias dos carros elétricos, pode devastar sistemas marítimos pouco compreendidos que exercem um papel crucial na regulação do clima.
Mas vários países como Nauru, Tonga e Ilhas Cook veem a mineração em águas profundas como uma possível fonte de receitas para suas economias em dificuldade, especialmente à medida que a mudança climática interromper outras indústrias.
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