Mundo
Presidente chileno registra maior rejeição em 30 anos de democracia no país
A baixa aprovação está inserida em meio à crise provoca por protestos que exigem do governo profundas transformações sociais no país


A aprovação do presidente do Chile, Sebastián Piñera, caiu para 6%, a pior avaliação de um dirigente do país desde o retorno da democracia, em 1990, segundo pesquisa do Centro de Estudos Públicos (CEP).
Enquanto 82% dos entrevistados desaprovam a maneira como Piñera conduz seu governo, apenas 6% o aprovam, uma queda acentuada de 25% em relação ao índice divulgado em junho passado, no levantamento anterior do CEP.
A baixa aprovação está inserida em meio à crise provoca por protestos que exigem do governo profundas transformações sociais no país. Nos três meses de manifestações, 29 pessoas morreram e milhares ficaram feridas nos confrontos com os agentes de segurança.
Na segunda-feira passada, um pesquisa da consultoria Plaza Pública Cadem apontava que Piñera tinha uma aprovação de 10%. Em resposta aos dados negativos, o presidente garantiu que começou “a trabalhar para ajudar os chilenos a resolver seus muitos problemas, a aproveitar suas muitas capacidades e também a realizar seus sonhos”.
“É isso que me motiva todos os dias e não pesquisas”, acrescentou.
A ex-presidente socialista Michelle Bachelet (2014-2018) tinha até a divulgação dessa nova consulta a pior avaliação presidencial, com 15%, de acordo com a pesquisa do CEP de agosto de 2016.
O levantamento atual indica que 55% dos entrevistados aprovam os protestos que começaram em 18 de outubro e 38% disseram que o movimento social foi causado pelo mal-estar da população devido à desigualdade de renda, enquanto 16% acreditam que foi por conta das aposentadorias baixas.
Dos entrevistados, 81% disseram que o desempenho do presidente Piñera durante a crise foi “ruim ou muito ruim”, 14% indicaram que foi “regular” e 3% destacaram como “bom ou muito bom”.
Para a pesquisa, foram consultadas 1.496 pessoas de 117 municípios do país, com uma margem de erro para mais e para menos de 3%.
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