Mundo
Presidenta do México denuncia homem que a assediou sexualmente na rua
Como o país é federado, os 32 distritos têm seus próprios códigos penais e nem todos punem essas condutas
A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, disse nesta quarta-feira 5 que denunciou o homem que a tocou e tentou beijá-la enquanto ela caminhava pela rua. Ela reforçou que o assédio sexual deveria ser considerado crime em todo o país.
O incidente, registrado em vídeo, ocorreu na terça-feira quando Sheinbaum se dirigia a pé a um evento público perto do palácio presidencial. Enquanto a mandatária saudava simpatizantes pela rua, um homem se aproximou por trás dela. Ele passou um braço por seu ombro, tocou sua cintura e seu peito com as mãos e tentou beijá-la no pescoço.
A presidenta explicou que decidiu prestar uma denúncia porque depois de assediá-la, o homem continuou a assediar outras mulheres. Ele foi preso horas depois.
“Minha reflexão é: se não presto uma denúncia, em que condição ficam as outras mulheres mexicanas? Se fazem isso com a presidenta, o que pode acontecer com todas as mulheres no nosso país?”, disse Sheinbaum em sua coletiva de imprensa matinal.
O governo vai revisar se a conduta “é crime penal em todos os estados, porque deve ser crime penal e vamos fazer uma campanha”, acrescentou ela, reconhecendo que na sua juventude sofreu agressões semelhantes.
Como o México é um país federado, seus 32 distritos têm seus próprios códigos penais e nem todos punem essas condutas.
O homem que assediou Sheinbaum se aproximou da presidenta sem que nenhum segurança presidencial o detivesse.
Depois de tocá-la, um integrante da segurança o afastou, enquanto Sheinbaum, um pouco confusa, até tirou uma foto com seu agressor.
“Essa pessoa se aproximou totalmente embriagada, não sei se drogada (…). Só depois de ver os vídeos é que percebi o que realmente aconteceu”, disse a presidenta.
A denúncia contra o homem foi apresentada ao Ministério Público da Cidade do México, onde o assédio sexual é punido criminalmente.
O caso gerou também críticas à segurança da mandatária. Sheinbaum disse que continua a privilegiar a aproximação com as pessoas.
Cerca de 70% das mexicanas de mais de 15 anos já sofreram alguma violência ao menos uma vez na vida, segundo relato da ONU mulheres.
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