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Presidenta do México critica tentativa do Supremo de invalidar a eleição de juízes

Segundo Claudia Sheinbaum, os ministros não têm atribuição para legislar, nem recuar na reforma constitucional

Presidenta do México critica tentativa do Supremo de invalidar a eleição de juízes
Presidenta do México critica tentativa do Supremo de invalidar a eleição de juízes
Claudia Sheinbaum concedeu primeira entrevista coletiva como presidenta do México nesta quarta-feira Foto: Alfredo Estrella / AFP
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A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, criticou, nesta terça-feira 29, a proposta de um juiz da Suprema Corte de invalidar a reforma que determinou a eleição de juízes pelo voto popular a partir de 2025.

O juiz Juan Luis González propôs declarar a eleição inconstitucional, exceto a de ministros da Suprema Corte, em um projeto de sentença definido na segunda-feira 28 e que será debatido pela máxima corte nos próximos dias.

“As e os ministros da Corte sabem que o que estão fazendo é inconstitucional”, disse a presidenta, de esquerda, em sua habitual coletiva de imprensa.

“Não têm as atribuições como Corte para legislar, nem voltar atrás em uma reforma constitucional que seguiu os processos tal como estabelece a Constituição”, acrescentou, referindo-se ao processo realizado pela ampla maioria governista no Congresso.

A emenda transformou o México no primeiro país do mundo a eleger todos os seus juízes por sufrágio universal, sob a premissa de que o atual sistema de Justiça está a serviço das elites e mergulhado na inoperância e na corrupção.

O projeto de sentença responde a ações de inconstitucionalidade apresentadas pela oposição, incluindo o partido conservador PAN.

Segundo Sheinbaum, os partidos políticos carecem de faculdades para apresentar recursos constitucionais.

A oposição repudia a reforma – particularmente a eleição de juízes e magistrados – por considerar que acabará com a independência de poderes e politizará a Justiça.

Os Estados Unidos e o Canadá também advertiram que a eleição poderia minar a independência dos juízes e deixá-los à mercê dos cartéis do narcotráfico, com impacto no tratado comercial T-MEC que esses países mantêm com o México.

O juiz González propõe invalidar a eleição afirmando que “não existe certeza para a cidadania sobre os perfis (de candidatos) que vão se apresentar” nem “garantias para que se emita um voto informado”.

Também sustenta que não há certeza para os aspirantes a estes cargos sobre as qualidades para ser incluídos nas listas de votação.

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