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Prefeito de Minneapolis diz a Trump: “Fraqueza é culpar os outros em tempos de crise”

Cidade vem sendo palco de protestos depois da morte do afroamericano Georges Floyd em uma operação policial

(Stephen Maturen / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
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O governador do Estado de Minnesota acionou a Guarda Nacional para conter os protestos contra a morte de George Floyd, um afroamericano de 46 anos, que morreu em Minneapolis depois de ser agredido por um policial branco na segunda-feira 25. As manifestações resultaram, na madrugada desta sexta-feira (29), no incêndio de uma delegacia.

A cidade de Minneapolis, no norte dos Estados Unidos, foi palco de sua terceira noite de tumultos depois da morte do afroamericano Georges Floyd. Até então, as manifestações vinham sendo pacíficas, mas na quinta-feira 28 a violência dominou os protestos. Os participantes incendiaram a delegacia onde trabalham os policiais envolvidos e cometeram saques.

 

A polícia, acuada, jogou gás lacrimogêneo, mas de maneira “esporádica”, ressalta o enviado especial da RFI em Minneapolis, Eric Salve. Na quinta-feira 28, muitos dos participantes dos tumultos não esconderam que privilegiavam a violência como modo de ação política.

“Temos protestado de maneira pacífica durante anos, e isso não nos levou para lugar nenhum. Não somos ouvidos”, diz Rachel, uma manifestante ouvida pela RFI. “Então, vocês esperam o quê? Que continuemos de braços cruzados até a próxima morte? Não, agora é hora de passar à ação!”

Na frente da loja onde George Floyd morreu, as manifestações foram mais tranquilas, constatou o repórter da RFI. Vários pastores vieram rezar diante do memorial improvisado, onde anônimos depositaram buquês de flores e cartazes pedindo justiça para Georger Floyd ou com inscrições “Não posso respirar”, que foram as últimas palavras do afroamericano, cuja morte foi filmada pelas pessoas que passavam no local – ele teve o pescoço prensado contra a calçada.

Twitter apaga mensagem de Trump

O presidente americano Donald Trump publicou um tuíte na quinta-feira 28, descrevendo os manifestantes como “ralé”, dando a entender que os policiais tinham o direito de atirar neles. O Twitter manteve a mensagem, afirmando, entretanto, que o texto “violava as regras da rede social sobre a apologia à violência, mas era do interesse público que esse tuíte continuasse acessível”.

Em uma outra mensagem, publicada na noite desta quinta-feira o presidente americano ataca o prefeito de Minneapolis: “Ou esse prefeito esquerdista e fraco toma jeito e retoma o controle da cidade, ou eu envio a Guarda Nacional”. O governador de Minesota ativou a Guarda Nacional nesta quinta-feira, assinando um decreto que autoriza sua intervenção.

 

O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, respondeu a Trump durante uma coletiva. “A fraqueza é a recusa em assumir a responsabilidade de suas próprias ações. A fraqueza é culpar os outros em tempos de crise. Donald Trump não sabe nada sobre a força de Minneapolis. Somos fortes e vamos superar essa situação”, declarou. Ele explicou que a polícia não interveio durante o incêndio para garantir a segurança dos policiais e dos cidadãos. “Um prédio não pode ser mais importante do que uma vida humana.”

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