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Poroshenko sinaliza concessões a rebeldes

Projeto de lei sobre “autonomia temporária” será enviado ao Parlamento em breve, mas presidente ucraniano reitera que não aceita federalização e muito menos independência

O presidente ucraniano Petro Poroshenko (direita) conversando com o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk, nesta quarta-feira 10
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O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, sinalizou nesta quarta-feira 10 que está disposto a conceder certo grau de autonomia a regiões controladas pelos rebeldes no leste do país, mas não especificou detalhes. Ele anunciou que, ainda na próxima semana, enviará um projeto de lei sobre “autonomia temporária a distritos individuais nas regiões de Donetsk e Lugansk” ao Parlamento.

Poroshenko descartou com veemência, porém, a ideia de federalização e reiterou a integridade territorial da Ucrânia. “Não há nem pode haver conversações sobre federalização ou algum tipo de separação [territorial]”, afirmou o presidente durante uma reunião de governo.

Ele reiterou que o acordo de paz assinado em Minsk na semana passada assegura que a Ucrânia é um Estado soberano e unificado dentro de suas atuais fronteiras. Isso vale também para as regiões controladas pelos rebeldes.

O presidente ucraniano não detalhou seu projeto de lei, mas um plano apresentado em junho incluía a proteção de língua russa, patrulhas conjuntas da polícia local e federal e a submissão de governantes à aprovação de representantes locais.

Essas concessões não são nada perto do que os rebeldes exigem. Eles buscam a total independência de Kiev, mas mesmo a proposta menos radical de federalização implica segurança própria e eleições para governantes.

Poroshenko também reconheceu dificuldades na manutenção do cessar-fogo, iniciado na última sexta-feira, mas creditou isso a provocações de “terroristas”. Ele disse ainda que, de acordo com informações do serviço secreto ucraniano, cerca de 70% das tropas russas deixaram a Ucrânia desde o início da trégua, o que favorece os esforços de paz.

Apesar de vários indícios contrários, a Rússia nega estar apoiando os separatistas com armas e pessoas.

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