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Ponto de não retorno para aquecimento irreversível pode ter sido superado

‘O desaparecimento do gelo de verão Ártico é uma das primeiras minas neste campo minado’, apontou pesquisador que analisa a região

Geleira conhecida como Okjökull foi declarada morta em 2014 (Foto: Jeremie Richard/AFP)
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O ponto de não retorno para um aquecimento irreversível pode ter sido superado, advertiu nesta terça-feira 15 o cientista alemão que comandou a maior expedição enviada ao Ártico.

“Apenas o estudo dos próximos anos nos permitirá saber se ainda podemos salvar a camada de gelo do Ártico, presente o ano todo graças a uma proteção do clima, ou se já atravessamos o ponto de não retorno”, disse Markus Rex, oito meses após o retorno da missão internacional que passou um ano no Ártico.

“O desaparecimento do gelo de verão Ártico é uma das primeiras minas neste campo minado, um dos primeiros pontos de não retorno a que chegamos quando vamos longe demais no aquecimento “, completou o cientista em uma entrevista coletiva em Berlim, ao lado da ministra da Educação e Pesquisa, Anja Karliczek.

De fato, “podemos nos perguntar se já não estamos caminhando sobre esta mina e ativamos o início da explosão”, disse.

Se este ponto irreversível for ultrapassado, isto pode gerar consequências “de efeito dominó” para o planeta, advertiu o cientista e “agravar ainda mais o aquecimento com o desaparecimento da calota polar da Groenlândia ou o degelo de zonas amplas do permafrost do Ártico”

 

A maior expedição enviada ao Polo Norte, chamada MOSAIC, retornou a Alemanha em outubro e seus líderes alertaram sobre a ameaça que existe para a camada de gelo, que desaparece a uma “velocidade dramática”.

Durante os 389 dias no mar, as equipes a bordo do quebra-gelo “Polarstern” coletaram muitas informações sobre a mudança climática, sobretudo nos meses que o navio permaneceu à deriva no gelo do Polo Norte.

O retrocesso do gelo é considerado pelos cientistas o “epicentro do aquecimento global”, segundo Rex.

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