Polícia reprime com gás lacrimogêneo protesto contra inabilitação de Evo na Bolívia

O ex-presidente, de 64 anos, pediu às suas bases que se mobilizassem

EVO MORALES, EX-PRESIDENTE DA BOLÍVIA - JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

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Centenas de simpatizantes do ex-presidente Evo Morales foram reprimidos nesta segunda-feira 15 com bombas de gás lacrimogêneo em Sucre, a capital administrativa da Bolívia, quando tentaram tomar um tribunal em protesto contra a decisão que inabilitou o seu líder que tenta ser candidato novamente.

Os manifestantes, que exigem a renúncia dos magistrados do Tribunal Constitucional, lançaram pedras e entraram em confronto com a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo, segundo imagens transmitidas pela televisão local.

Até o momento, não há relato de feridos ou presos.

As autoridades instalaram cercas ao redor da sede judicial e mobilizaram soldados antidistúrbios. “Esse mesmo dispositivo de segurança está em todas as infraestruturas relacionadas ao órgão judicial”, apontou o chefe policial Marco Antonio Gutiérrez ante as câmeras.

O ex-presidente Morales, de 64 anos, pediu às suas bases que se mobilizassem, após uma recente sentença constitucional que o impede de concorrer nas presidenciais de 2025.

Segundo os magistrados, a reeleição ilimitada não é um direito humano – como estabelecia uma sentença prévia – e nenhum boliviano pode ser reeleito mais de uma vez por um período de cinco anos.


Morales ocupou a presidência entre 2006 e 2019, quando se viu forçado a renunciar em meio a protestos que questionaram sua vitória nas eleições daquele ano para um novo mandato.

Além de se opor ao veredicto do Tribunal Constitucional, os simpatizantes do político também se mobilizaram contra a decisão da Justiça de prorrogar os mandatos dos magistrados dessa e de outras cortes, diante da falta de um acordo para convocar eleições judiciais.

“Esses criminosos que seguem aí têm de ir embora para suas casas. Se não forem por bem, o povo vai tirá-los”, disse o vereador Rodolfo Avilés do Movimento Al Socialismo, partido de Evo Morales, em meio ao protesto.

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