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Polícia emite ordem de ‘busca e captura’ contra ex-presidente do Suriname

Dési Bouterse está foragido desde que um tribunal do país confirmou sua condenação a 20 anos de prisão pelo assassinato de 15 opositores em 1982

Este é o ex-presidente do Suriname, Dési Bouterse - Ranu Abhelakh/Reuters
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As autoridades do Suriname emitiram, nesta quarta-feira 17, uma ordem de “busca e captura” contra o ex-presidente Dési Bouterse, foragido após ter sido condenado em apelação a 20 anos de prisão pelo assassinato de 15 opositores em 1982.

“O promotor-geral da Corte de Justiça do Suriname ordena a busca e captura do condenado” Bouterse, de 78 anos, informou a Polícia em sua página na internet.

Um alto tribunal ratificou em dezembro a sentença em um processo que se prolongou por 16 anos no total. O antigo homem forte do Exército está foragido desde a sexta-feira, quando deveria ter-se entregado para permanecer preso em uma cela construída para ele no Hospital Militar do Suriname.

Sua esposa, Ingrid Bouterse, disse então que ele não se entregaria por se tratar de um “processo político”, em linha com o que o ex-presidente sempre afirmou. “Estamos dando uma resposta política”, afirmou a ex-primeira-dama.

Dési Bouterse chegou ao poder com 34 anos, como sargento-major do Exército. Retirou-se em 1987 sob pressão internacional, mas voltou ao poder em 1990 após um segundo golpe, desta vez sem derramamento de sangue.

Deixou o cargo um ano mais tarde, e depois foi eleito presidente em 2010 e governou até 2020.

O julgamento contra Bouterse teve início em 2007 e se estendeu por 12 anos, até sua condenação à revelia em 2019, pois ele jamais compareceu. O ex-mandatário conseguiu fazer com que a Justiça reconsiderasse o caso em janeiro de 2020, mas a sentença foi confirmada um ano depois.

A decisão de dezembro era seu último recurso. Ele ainda pode solicitar um indulto presidencial, mas, segundo a promotoria, o próprio ex-presidente descartou essa opção.

Pouco antes da condenação, Bouterse pediu à sua militância para “não semear o caos”.

“Aguentaremos até as eleições de 2025”, afirmou em meados de dezembro, ao mesmo tempo em que advertiu que “as coisas podem sair do controle” caso fosse preso.

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