Polícia autoriza protesto na Suécia que queimará Bíblia e Torá

Os idealizadores querem destruir os textos religiosos em resposta à queima de um Alcorão em junho, em frente à Grande Mesquita de Estocolmo

'Estamos com vocês, queridos muçulmanos': Registro de um cartaz em Karachi, no Paquisão, em 14 de julho de 2023, durante um protesto contra a queima do Alcorão do lado de fora de uma mesquita de Estocolmo. Foto: Asif Hassan/AFP

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A polícia sueca autorizou, nesta sexta-feira 14, um protesto em frente à embaixada de Israel em Estocolmo no próximo sábado, no qual os organizadores planejam queimar uma Bíblia e uma Torá, uma ação condenada por israelenses e organizações judaicas.

De acordo com a petição enviada à força policial, os idealizadores querem destruir os textos religiosos em resposta à queima de um Alcorão em junho, em frente à Grande Mesquita de Estocolmo, incidente que gerou indignação em diversos países muçulmanos.

O protesto é uma ação de apoio à liberdade de expressão, de acordo com a solicitação enviada à polícia.

Após ser contatada pela AFP, a instituição explicou que a autorização está em conformidade com a legislação sueca de conceder licença para um ato público, e não especificamente para as atividades previstas.

“A polícia não emite licenças para queimar vários textos religiosos. A polícia emite licenças para reuniões públicas e para expressar uma opinião. É uma distinção importante”, analisou Carina Skagerlind, assessora de imprensa da polícia de Estocolmo.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, é uma das autoridades que rapidamente condenaram a decisão, assim como Yaakov Hagoel, presidente da Organização Sionista Mundial, que disse que a permissão não é uma “liberdade de expressão, mas sim antissemitismo”.


Em junho, um refugiado iraquiano que reside na Suécia queimou algumas páginas do Alcorão em frente à Grande Mesquita de Estocolmo, coincidindo com a celebração do Aid al Adha, um feriado importante no calendário muçulmano.

Na última quarta-feira 12, o Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou uma resolução condenando a queima de exemplares do Alcorão e outros atos de ódio religioso.

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