Mundo

“Podemos superar esta temporada de escuridão nos EUA”, diz Biden

Candidato democrata encerra convenção do partido com mensagem de gravidade e esperança

Foto: Olivier DOULIERY / AFP Foto: Olivier DOULIERY / AFP
Apoie Siga-nos no

Joe Biden prometeu nesta quinta-feira 20 superar “a temporada de escuridão” nos Estados Unidos ao aceitar a indicação como candidato democrata nas eleições presidenciais de novembro, quando tentará fazer de Donald Trump um presidente de apenas um mandato.

“Podemos superar esta temporada de escuridão nos Estados Unidos”, declarou Biden durante um discurso em que prometeu também que seu governo irá virar a página do “medo” e da “divisão”.

Biden discursou de Wilmington, em Delaware, ao fim de uma convenção incomum, que seria originalmente realizada em Wisconsin, mas que acabou sendo virtual devido à pandemia do coronavírus.

“Chegou o momento de nós, do povo se unir”, pediu Biden.

A crise sanitária, responsável pela morte de mais de 170.000 pessoas nos Estados Unidos e por elevar a taxa de desemprego no país para 10%, foi tema recorrente durante todo o evento.

Biden também garantiu que, se eleito, irá implementar uma estratégia nacional para combater a Covid-19 desde o primeiro dia de seu mandato.

Em sua única mensagem sobre política externa, o candidato democrata afirmou que será um presidente que apoia os aliados e alertou que “os dias de flertes com ditadores acabaram”.

Do lado de fora do centro de convenções, o Partido Democrata instalou um telão para que os apoiadores pudessem acompanhar o evento de seus carros.

Um grupo de pessoas que assistiu aos discursos comemorou cada aparição de figuras importantes do partido.

Após o discurso, Biden e sua esposa foram saudar a audiência, protegidos por máscaras pretas, e puderam presenciar um espetáculo de fogos de artifícios, mantendo distância da companheira de chapa Kamala Harris.

A indicação consagra a tenacidade de Biden, que tentou chegar à Casa Branca sem sucesso em duas outras ocasiões, em 1988 e 2008.

Durante todo o evento, os democratas lembraram de Beau Biden, o filho do candidato que faleceu em 2015 de câncer.

Em homenagem a Harris, que fez história como a primeira mulher negra indicada por um partido majoritário como candidata à vice-presidência, a atriz Julia Louis-Dreyfus lembrou de sua popular personagem na série ‘Veep’ ao comandar parte do evento.

A convenção também dedicou um espaço ao voto por correio, que poderá ser crucial por causa da pandemia do coronavírus e que é alvo de críticas por parte de Donald Trump.

 Trump na Pensilvânia

Trump seguiu a estratégia que manteve desde o início da convenção adversária, organizando um comício no mesmo dia da nomeação de Biden. Nesta quinta-feira, o republicano visitou Old Forge, na Pensilvânia, próximo à cidade natal de Biden, e alertou os eleitores locais que a eleição de um governo democrata seria “o caos” e “o pior pesadelo” para a nação.

“Somos o muro entre o sonho americano e a destruição”, alertou Trump para um grupo de seguidores, que o receberam vestidos com o característico boné vermelho com o slogan “Make America Great Again” (Faça os Estados Unidos grandes novamente).

Durante toda a semana, Trump visitou diversas cidades em estados onde o resultado pode decidir a eleição para um lado ou para o outro, como Wisconsin, Arizona e Iowa.

Coincidindo com a convenção democrata, a emissora conservadora FOX exibiu uma entrevista com Trump, na qual o atual presidente enfatizou as críticas ao voto por correio, que acredita ser um chamariz para fraudes na eleição.

Antigos rivais tomam a palavra

Na última noite da convenção, os democratas tentaram projetar uma imagem de união contra Trump, com o objetivo de deixar para trás as divisões que tomaram conta do partido em 2016, e deram a palavra a alguns dos rivais de Biden nas primárias democratas.

Para encerrar uma campanha em que um número recorde de democratas tentaram ganhar a indicação do partido, Bernie Sanders, Elizabeth Warren, Andrew Yang, Pete Buttigieg, Cory Booke, Beto O’Rourke e Amy Klobuchar apareceram juntos.

“Todos nós, sejamos progressistas ou moderados, devemos estar unidos para derrotar este presidente”, disso o senador Sanders, último adversário de Biden a desistir da candidatura, em abril.

A prisão de Steve Bannon – ex-conselheiro de Trump acusado de enganar cidadãos que doaram dinheiro para a construção de um muro na fronteira com o México -, ocorrida nesta quinta-feira, caiu como uma luva para os democratas.

Em comunicado, o Partido Democrata destacou que Bannon se soma à “longa lista” de assessores de Trump que foram processados, acusados e condenados por crimes.

Trump rapidamente se esquivou e a Casa Branca afirmou que “não está envolvida” no projeto Bannon.

Quanto aos republicanos, sua convenção também não escapará do formato virtual e já está cercada de polêmica sobre o anúncio de Trump de que receberá a indicação na Casa Branca, quebrando a regra de separar suas atividades governamentais de sua campanha.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo