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Planalto e Tebet negam interferência de Lula em empréstimo à Argentina

No mês passado, o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) concedeu um empréstimo de US$ 1 bilhão ao país, que passa por uma grave crise econômica

Foto: Sergio Lima / AFP
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O Palácio do Planalto e o Ministério do Orçamento e Planejamento negaram, nesta quarta-feira 4, que o presidente Lula tenha interferido para conceder um empréstimo à Argentina. No mês passado, o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) concedeu um empréstimo de US$ 1 bilhão ao país, que passa por uma grave crise econômica.

A suposta interferência de Lula na operação foi divulgada em uma reportagem do Estado de S. Paulo. Segundo o jornal, o petista teria telefonado à ministra Simone Tebet, em agosto, pedindo autorização para que o CAF concedesse o empréstimo à Argentina. Tebet é a governadora do Brasil no CAF, motivo pelo qual a operação precisaria de seu aval.

A reportagem afirma que a transferência dos recursos em um empréstimo ponte para o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi feita após a interferência de Lula. Dos 21 países que compõem o CAF, somente o Peru votou contra e o dinheiro foi liberado. A operação seria necessária para que a Argentina, com inflação de mais de 100% ao ano e sem dólares na praça, conseguisse liberar um desembolso de US$ 7,5 bilhões via FMI.

Ainda de acordo com a reportagem, Lula interviu a fim de facilitar a renegociação da dívida do país vizinho com o Fundo Monetário Internacional o que, por sua vez, ajudaria a impulsionar a candidatura governista de Sergio Massa, apoiado pelo presidente Alberto Fernández, aliado do petista.

A ministra Simone Tebet, no entanto, negou que Lula a tenha telefonado. “Lula não me ligou. Despachei com minha secretária encarregada, que disse que os demais países votariam a favor”, declarou a ministra à CNN. A secretária mencionada por Tebet é Renata Amaral, secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do ministério. Tebet ainda esclareceu ao UOL que a votação pelo empréstimo é “um procedimento normal da pasta” e houve posicionamento favorável de outros países pela operação.

Já o Planalto informou, em nota à imprensa, que a informação ‘não procede’. A Secom (Secretaria de Comunicação Social) também destacou, em nota, que a liberação de recursos passou por processo de votação dos países membros do CAF e que o Brasil possui peso de voto menor do que outros países integrantes, como Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.

“A decisão pelo empréstimo do CAF à Argentina foi aprovada em 28 de julho pela diretoria do banco formado pelos países membros. O empréstimo foi aprovado com 19 votos dos 21 possíveis. O Brasil possui um voto, enquanto outros cinco países (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) possuem dois votos”, afirmou a Secom.

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