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Petro acusa inteligência dos EUA de atacá-lo

A Colômbia vive uma escalada de tensões com Washington

Petro acusa inteligência dos EUA de atacá-lo
Petro acusa inteligência dos EUA de atacá-lo
O presidente colombiano Gustavo Petro e o presidente dos EUA, Donald Trump. Foto: Joaquín Sarmiento e Mandel Ngan/AFP
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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou nesta quarta-feira 12 que as agências americanas têm sido utilizadas para atacá-lo, bem como sua família, como justificativa para a decisão de suspender a cooperação em inteligência com o governo de Donald Trump.

Em meio à escalada de tensões com Washington, o mandatário de esquerda anunciou na terça-feira, no X, o fim da colaboração em inteligência com os EUA enquanto continuarem os bombardeios a embarcações no Caribe e no Pacífico.

Os “membros das agências não estão agindo para atacar os narcotraficantes, mas para atacar o presidente, sua família e sua posição política”, afirmou Petro, no momento em que Colômbia e Estados Unidos atravessam sua pior crise após décadas de amizades e alianças.

“Isto excede suas funções na Colômbia e ataca diretamente a soberania nacional”, acrescentou.

A AFP coletou depoimentos de ex-militares e ex-chefes de inteligência que demonstraram surpresa e indignação com a decisão de Petro.

Fontes do governo concordam que seus frequentes anúncios nas redes sociais sobre questões de segurança geralmente não são consultadas com os altos comandos do Exército.

Isto “sim foi discutido na cúpula militar e policial, nos atuais momentos de agressão contra a Colômbia”, respondeu o mandatário colombiano no X.

Trump retirou da Colômbia o certificado de país aliado na luta contra o tráfico de drogas. Também impôs sanções contra Petro, sua esposa, seu filho mais velho e seu ministro mais próximo.

Até o momento, o alcance da ordem do presidente colombiano é desconhecido. “É uma questão política”, admitiu um membro das forças armadas à AFP e assegurou que ainda não receberam nenhuma instrução.

Petro classifica como “execuções extrajudiciais” os ataques em alto-mar ordenados por Trump, que somam 20 embarcações afundadas e pelo menos 76 mortos.

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