Peru registra mais de 3.400 mulheres desaparecidas entre janeiro e abril

De acordo com o relatório "O que aconteceu com elas?", apenas 1.902 foram localizadas, o equivalente a 56%

Feminicídio não é um crime como qualquer outro

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Mais de 3.400 mulheres foram dadas como desaparecidas no Peru entre janeiro e abril deste ano, segundo a Defensoria do Povo neste sábado 10.

De acordo com o relatório “O que aconteceu com elas?”, nos primeiros quatro meses de 2023, foram registradas 3.406 denúncias de mulheres desaparecidas. Deste total, apenas 1.902 foram localizadas, o equivalente a 56%, restando ainda encontrar 1.504.

“O Estado não está tomando medidas para prevenir esse tipo de ocorrência (desaparecimentos)”, disse Isabel Ortiz, adjunta da Defensoria do Povo, à AFP.

Entre janeiro e abril de 2022, foram relatadas 3.800 denúncias de mulheres desaparecidas.

O relatório registrou 60 vítimas de feminicídio entre janeiro e abril, das quais 17 estavam sendo intensamente procuradas por seus familiares e pela polícia.

O corpo de Rosa Ccanto, uma mãe de família de 33 anos, foi encontrado em 4 de fevereiro no rio Mantaro, na região andina de Huancavelica. Seis dias antes, Ccanto havia sido relatada como desaparecida, de acordo com a polícia.


Em 2022, mais de 5.380 mulheres, a maioria delas meninas e adolescentes, foram relatadas como desaparecidas, um número 9,7% inferior ao registrado em 2021.

Segundo várias ONGs feministas, a polícia e o Ministério Público não investigam adequadamente os casos, pois acreditam que as mulheres fugiram voluntariamente.

Entre janeiro e abril deste ano, ocorreram 60 feminicídios, um número que se repete nos últimos anos.

O Peru registrou 137 feminicídios em 2022, dos quais 22 envolviam vítimas que foram dadas como desaparecidas.

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