Mundo
Pequim acusa Biden de contradição no caso do balão chinês
As relações bilaterais pioraram desde o incidente de 4 de fevereiro


O governo chinês acusou o presidente americano Joe Biden de “dizer uma coisa e fazer outra”, em referência à destruição de um balão chinês por um avião de combate americano nos Estados Unidos.
As relações bilaterais pioraram desde o incidente de 4 de fevereiro. Segundo Washington, tratava-se de um dispositivo de espionagem que vigiava, principalmente, bases militares americanas. Já Pequim apresentou o equipamento como uma infraestrutura civil que se desviou de sua trajetória.
No sábado (18), o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse no Twitter que “condenou a incursão”, durante uma reunião com seu homólogo chinês, Wang Yi.
Just met with the PRC’s top diplomat, Wang Yi. I condemned the incursion of the PRC surveillance balloon and stressed it must never happen again. I warned China against providing materiel support to Russia. I also emphasized the importance of keeping open lines of communication.
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) February 18, 2023
Nesta quarta-feira (22), o Ministério das Relações Exteriores da China reagiu fortemente, ao ser abordado pelo canal público chinês CCTV sobre esse tuíte.
O presidente Biden ordenou, pessoalmente e sem escrúpulos, o envio de aviões de combate e de mísseis avançados para derrubar um aerostato civil”, declarou o porta-voz Wang Wenbin em uma coletiva de imprensa regular.
“É 100% uso cego da força, é 100% reação exagerada, é 100% histérico. Trata-se de uma grave violação das práticas e das convenções internacionais”, acrescentou.
“O presidente Biden prometeu, em diversas ocasiões, pública e solenemente, que não está buscando uma nova Guerra Fria e que não tem intenção de entrar em conflito com a China”, lembrou o porta-voz.
“Esperamos que, como líder de um grande país, mantenha sua palavra e faça o que diz, em vez de dizer algo e fazer o contrário”, completou.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.