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Peña Nieto, novo presidente do México, promete não “retornar ao passado”

Representante do PRI, partido que comandou o país de forma autoritária por 71 anos, é declarado vencedor e promete fazer governo de reconciliação

Peña Nieto, novo presidente do México, promete não “retornar ao passado”
Peña Nieto, novo presidente do México, promete não “retornar ao passado”
Peña Nieto celebra sua vitória em evento na sede do PRI, na Cidade do México. Foto: Yuri Cortez / AFP
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Depois de 12 anos na oposição, o Partido Revolucionário Institucional (PRI) voltou ao poder no México. O retorno do PRI foi confirmado na madrugada desta segunda-feira 2 pelo Instituto Federal Eleitoral (IFE) mexicano, que anunciou a vitória de Enrique Peña Nieto com mais de 37% dos votos. Representante de uma sigla que dominou o México por 71 anos (1929 e 2000) graças a governos autoritários e fraudes eleitorais, Peña Nieto prometeu fazer um governo diferente daqueles do PRI que o antecederam. “Somos uma nova geração, não há regresso ao passado. Meu governo terá uma visão voltada para o futuro, num México de grandiosidade e esperança que todos queremos e desejamos com ansiedade”, afirmou. O PRI, nascido como um partido de esquerda, hoje é mais identificado com políticas de centro.

Peña Nieto venceu graças ao sistema eleitoral mexicano, que não prevê a realização de segundo turno. Com seus cerca de 37% dos votos, não podia mais ser alcançado pelo esquerdista Andrés Manuel López Obrador (segundo colocado, com cerca de 30%), do Partido da Revolução Democrática (PRD), e por Josefina Vázquez Mota (terceira colocada, com cerca de 25%), do Partido da Ação Nacional (PAN), que governou o México nos últimos 12 anos. Até a manhã desta segunda, López Obrador e o PRD ainda não haviam reconhecido o resultado oficialmente. “Ainda não está dada a última palavra”, afirmou López Obrador na madrugada segundo o jornal El Universal. Nos últimos dias, denúncias dos partidos relacionadas a compras de votos se multiplicaram, assim como as relativas a roubos de urnas, doações de alimentos com fins eleitorais, promessas de programas sociais condicionados e coação de eleitores. As queixas estão voltadas, principalmente, para o PRI.

Para tentar amainar os adversários temerosos de que a volta do PRI ao poder signifique o retorno de um governo autoritário, Peña Nieto e dirigentes do partido emitiram mensagens de reconciliação. “É o momento de alimentar a reconciliação nacional e de olhar para o futuro, na plena normalidade democrática. Hoje os mexicanos elegeram uma nova alternância”, disse o novo presidente segundo o jornal Excelsior. Pedro Joaquín Coldwell, dirigente nacional do PRI, afirmou que o partido está disposto a convocar um pacto de unidade nacional e diálogo com outras forças políticas. Luis Videgaray, coordenador de campanha de Peña Nieto, também pediu que os mexicanos não tenham medo. “O México já mudou, é um país democrático e Enrique Peña é um democrata”, afirmou segundo o jornal La Jornada.

As promessas de Peña Nieto

Impulsionado pela máquina do PRI e favorecido por seu jeito de galã de telenovela, Peña Nieto, advogado de 45 anos, assumiu a presidência prometendo um “governo eficaz”, que proporcione segurança e crescimento econômico.

Peña Nieto afirmou que não fará pacto ou trégua com o narcotráfico, mas que mudará de estratégia de combate ao crime organizado. O México vive uma onda de violência que deixou mais de 50 mil mortos desde que o governo do presidente Felipe Calderón iniciou, em dezembro de 2006, uma ofensiva contra os cartéis das drogas. O desgaste sofrido por Calderón foi um dos fatores que prejudicou a campanha de Josefina Vázquez Mota. Ela não conseguiu se livrar da imagem de “continuidade”, mesmo prometendo ser “diferente”.

Peña Nieto também se comprometeu a buscar “uma economia que gere empregos e distribua melhor a riqueza para combater a pobreza e desigualdade”. Será um desafio enorme, tendo em vista que 47% dos 112 milhões de mexicanos vivem abaixo da linha de pobreza.

Depois de 12 anos na oposição, o Partido Revolucionário Institucional (PRI) voltou ao poder no México. O retorno do PRI foi confirmado na madrugada desta segunda-feira 2 pelo Instituto Federal Eleitoral (IFE) mexicano, que anunciou a vitória de Enrique Peña Nieto com mais de 37% dos votos. Representante de uma sigla que dominou o México por 71 anos (1929 e 2000) graças a governos autoritários e fraudes eleitorais, Peña Nieto prometeu fazer um governo diferente daqueles do PRI que o antecederam. “Somos uma nova geração, não há regresso ao passado. Meu governo terá uma visão voltada para o futuro, num México de grandiosidade e esperança que todos queremos e desejamos com ansiedade”, afirmou. O PRI, nascido como um partido de esquerda, hoje é mais identificado com políticas de centro.

Peña Nieto venceu graças ao sistema eleitoral mexicano, que não prevê a realização de segundo turno. Com seus cerca de 37% dos votos, não podia mais ser alcançado pelo esquerdista Andrés Manuel López Obrador (segundo colocado, com cerca de 30%), do Partido da Revolução Democrática (PRD), e por Josefina Vázquez Mota (terceira colocada, com cerca de 25%), do Partido da Ação Nacional (PAN), que governou o México nos últimos 12 anos. Até a manhã desta segunda, López Obrador e o PRD ainda não haviam reconhecido o resultado oficialmente. “Ainda não está dada a última palavra”, afirmou López Obrador na madrugada segundo o jornal El Universal. Nos últimos dias, denúncias dos partidos relacionadas a compras de votos se multiplicaram, assim como as relativas a roubos de urnas, doações de alimentos com fins eleitorais, promessas de programas sociais condicionados e coação de eleitores. As queixas estão voltadas, principalmente, para o PRI.

Para tentar amainar os adversários temerosos de que a volta do PRI ao poder signifique o retorno de um governo autoritário, Peña Nieto e dirigentes do partido emitiram mensagens de reconciliação. “É o momento de alimentar a reconciliação nacional e de olhar para o futuro, na plena normalidade democrática. Hoje os mexicanos elegeram uma nova alternância”, disse o novo presidente segundo o jornal Excelsior. Pedro Joaquín Coldwell, dirigente nacional do PRI, afirmou que o partido está disposto a convocar um pacto de unidade nacional e diálogo com outras forças políticas. Luis Videgaray, coordenador de campanha de Peña Nieto, também pediu que os mexicanos não tenham medo. “O México já mudou, é um país democrático e Enrique Peña é um democrata”, afirmou segundo o jornal La Jornada.

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Peña Nieto afirmou que não fará pacto ou trégua com o narcotráfico, mas que mudará de estratégia de combate ao crime organizado. O México vive uma onda de violência que deixou mais de 50 mil mortos desde que o governo do presidente Felipe Calderón iniciou, em dezembro de 2006, uma ofensiva contra os cartéis das drogas. O desgaste sofrido por Calderón foi um dos fatores que prejudicou a campanha de Josefina Vázquez Mota. Ela não conseguiu se livrar da imagem de “continuidade”, mesmo prometendo ser “diferente”.

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