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Pedra no sapato

Cansado das estripulias de Maduro, o governo Lula critica o cerceamento aos direitos da oposição

Maduro poupou Lula, mas reclamou do Itamaraty – Imagem: Federico Parra/AFP
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A Venezuela nunca foi um parceiro fácil. Em nome de um propósito maior, a integração regional e o fortalecimento da América do Sul como território de paz e desenvolvimento, os governos petistas, em particular durante os mandatos do presidente Lula, preferiram, em vários momentos, relevar as “malcriações” do vizinho. Tem sido assim desde os tempos de Hugo Chávez, descreveu o ex-chanceler Celso Amorim em seu último livro, Laços de Confiança. “Aliança trabalhosa” e “pedra no sapato” são dois dos termos usados por Amorim para descrever as relações com Chávez e com o governo venezuelano ao longo das últimas ­duas décadas, eterna “dor de cabeça”, outra definição possível, mas não utilizada pelo diplomata.

Paciência tem, no entanto, limite. E a do Brasil parece ter chegado à borda do copo depois de a Justiça venezuelana, sob inegável pressão do presidente ­Nicolás Maduro, candidato a um terceiro mandato de seis anos, impedir outra representante da oposição, desta feita Corina Yoris, de participar da disputa. A filósofa Yoris era uma indicação da ex-deputada María Corina Machado, líder da Plataforma Unitária e inabilitada por 15 anos pela Comissão Nacional Eleitoral. “Fiquei surpreso com a decisão”, declarou Lula na quinta-feira 28. “Primeiro, foi boa a decisão da candidata proibida de indicar uma sucessora, achei um passo importante. É grave que a candidata não possa ter sido registrada.” Amorim, atual assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, manifestou-se na sequência, em entrevista ao jornal O Globo: “Nossa preocupação é ajudar em um processo complexo, difícil, de maneira que as eleições transcorram bem”.

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