Subiu para 201 o número de pessoas mortas em práticas de jejum extremo promovidas por uma seita religiosa em uma floresta do Quênia, após a descoberta de mais 22 corpos. A informação foi divulgada pela prefeita regional, Rhoda Onyancha.
Segundo ele, 26 pessoas já foram detidas por envolvimento no massacre da floresta de Shakahola, incluindo o ex-taxista Paul Nthenge Mackenzie.
Mackenzie é um autoproclamado “pastor” da Igreja Internacional da Boa-Nova que incitava seus seguidores a se privarem de comida para “encontrar Jesus”. Ele se entregou às autoridades em 14 de abril, após a descoberta das primeiras fossas. Desde então, cerca de 50 já foram encontradas.
A busca por outros corpos será interrompida por dois dias para reorganizar a investigação e será retomada na terça-feira 16, disse Onyancha.
Entre os detidos, estão membros de uma “gangue de capangas”, que vigiavam para que ninguém quebrasse o jejum ou tentasse fugir da floresta, acrescentou a prefeita.
As necropsias feitas até o momento revelaram que a maioria das vítimas, incluindo várias crianças, morreu de fome, embora também haja indícios de pessoas estranguladas, espancadas ou sufocadas, segundo o legista do governo, Johansen Oduor.
Alguns corpos tiveram órgãos retirados, o que levantou suspeitas de “um tráfico de órgãos humanos bem coordenado que envolve vários atores”, de acordo com um documento judicial divulgado na última segunda-feira.
No dia seguinte, porém, o ministro do Interior do Quênia pediu que se trate essa suspeita “com cautela”, pois ainda é “uma hipótese em curso de investigação”.
Onyancha disse que recebeu denúncias de cerca de 600 pessoas desaparecidas, algumas delas de aldeias próximas à floresta de Shakahola.
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