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Partido Trabalhista, de Jacinda Ardern, vence com folga eleições na Nova Zelândia

‘Não há dúvida de que a grande e forte liderança de Jacinda Ardern foi um enorme fator em tudo isso’, disse presidente do partido

A premiê da Nova Zelândia, Jacinda Ardern. Foto: MICHAEL BRADLEY/AFP
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*Por Neil Sands

O Partido Trabalhista, da primeira-ministra Jacinda Ardern, venceu com ampla margem as eleições gerais deste sábado 17 na Nova Zelândia, com quase 50% dos votos, um “resultado excepcional”, imediatamente reconhecido pela oposição.

Restando ainda em torno de 25% dos votos para serem apurados, os trabalhistas de centro esquerda de Ardern, que aspira a um segundo mandato, registram 49% de apoio e seu aliado, o Partido Verde, soma 7,6%. O Partido Nacional, de Judith Collins, principal força de oposição, aparece com 27%.

Ardern, de 40 anos, no poder desde 2017, agradeceu aos eleitores pela confiança depositada nestas eleições que ela própria descreveu como “eleições da Covid”. Sua campanha se concentrou exatamente em seu sucesso na luta contra a pandemia.

“Obrigada às muitas pessoas que nos deram seu voto, que confiaram em nós para continuar liderando a recuperação da Nova Zelândia”, disse ele a seus apoiadores.

Judith Collins admitiu a derrota em um discurso transmitido pela televisão: “Para a primeira-ministra Jacinda Ardern, para quem telefonei, parabéns, porque se trata, creio eu, um resultado excepcional para o Partido Trabalhista”.

As projeções dão ao Partido Trabalhista a maioria no Parlamento, com 64 assentos de um total de 120. Para o Partido Nacional, de centro-direita, este pode ser seu pior resultado em quase 20 anos.

Os números excedem amplamente as previsões das pesquisas de opinião preeleitorais e, caso se confirmem, representarão a vitória mais contundente do Partido Trabalhista desde 1946.

Nenhum líder conseguiu maioria absoluta desde que a Nova Zelândia adotou um sistema de votação proporcional, em 1996, mudança que levou a uma sucessão de governos multipartidários.

A presidente do Partido Trabalhista, Claire Szabó, atribuiu a vitória retumbante ao carisma de Ardern, que conquistou o apoio em massa dos neozelandeses com a “Jacinda-mania”, quando assumiu o partido em 2017. À época, ela mal chegava a 24% nas pesquisas.

“Esta é uma grande noite para nós”, afirmou, em declarações a emissoras locais.

“Não há dúvida de que a grande e forte liderança de Jacinda Ardern foi um enorme fator em tudo isso”, acrescentou.

Uma das lideranças do Partido Verde, Marama Davidson, também parabenizou Ardern por “seu extraordinário triunfo”.

Corrida às urnas

Cerca de 3,5 milhões de pessoas se registraram para votar.

A Nova Zelândia conta com leis muito rígidas para os dias de votação, restringindo a cobertura da imprensa e a propaganda política enquanto as seções ainda estão abertas. O objetivo é evitar que os eleitores sejam influenciados.

Em torno de 1,7 milhão de pessoas (quase metade do eleitorado total) votaram cedo, uma proporção muito maior do que nas eleições anteriores.

Inicialmente, as eleições seriam realizadas em 19 de setembro. Foram adiadas, devido a um surto de coronavírus, já contido, em Auckland.

Os eleitores também foram às urnas para se pronunciar em dois referendos: um, sobre a legalização do uso de cannabis para fins recreativos; e outro, sobre a legalização da eutanásia. Ambos os resultados devem ser conhecidos somente após 30 de outubro.

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