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Partido Conservador do Reino Unido divulga lista oficial de candidatos a primeiro-ministro

O Partido Conservador britânico divulgou, nesta terça-feira (12), a lista de oito candidatos que estão oficialmente concorrendo à liderança da sigla e ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, após a demissão de Boris Johnson, na semana passada

O ex-ministro das Finanças Rishi Sunak no Parlamento britânico em 23 de março de 2022. Ele é um dos favoritos para ocupar o posto de primeiro-ministro deixado por Boris Johnson. AP - Jessica Taylor
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Sem surpresa, o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, a secretária de Estado para o Comércio Exterior, Penny Mordaunt, a chefe da diplomacia, Liz Truss, e o deputado Tom Tugendhat conseguiram os 20 apoios necessários entre os membros do Partido Conservador no Parlamento, para serem oficialmente candidatos.

O novo ministro das Finanças, Nadhim Zahawi, a procuradora-geral da Inglaterra e do País de Gales, Suella Braverman, a secretária de Estado para Mulheres e da Igualdade, Kemi Badenoch, e o ex-secretário de Estado para Assuntos Exteriores, Jeremy Hunt, também concorrem.

O ex-ministro da Saúde Sajid Javid, cuja demissão aumentou a pressão para a saída de Johnson, retirou sua candidatura pouco antes do anúncio da lista final.

Na quarta-feira (13), cada candidato terá que conseguir o apoio de 30 deputados para sua candidatura no primeiro turno da eleição. O segundo turno está previsto para quinta-feira (14) e outro, se necessário, na segunda-feira (18).

O objetivo é que restem apenas dois candidatos antes do recesso parlamentar, que começa em 22 de julho. O nome do futuro primeiro-ministro será conhecido em 5  de setembro, após uma votação final aberta aos membros do Partido Conservador.

Redução de impostos e polêmicas

Ao lançar sua candidatura terça-feira, Sunak, um dos favoritos, preferiu não criticar Johnson, se recusando a “diabolizar Boris, exagerando seus erros e negando seus esforços”.

A campanha tinha se limitado até agora a vídeos, que circulam em redes sociais, com promessas vagas sobre redução impostos e polêmicas de todo tipo.

A imprensa britânica relatou que o atual ministro das Finanças era alvo de uma investigação fiscal. Em resposta, Zahawi, de 55 anos, afirmou que pretendiam “sujá-lo” e prometeu publicar cada ano sua declaração de impostos, se fosse primeiro-ministro.

Ao contrário de seus rivais, Sunak foi cauteloso quanto a reduzir impostos em um contexto de forte inflação. No entanto, para não perder espaço para os concorrentes, garantiu que essa era “uma questão de quando, não de se”, e defendeu, ao mesmo tempo, a “honestidade e a responsabilidade, e não os contos de fadas”.

Quando era ministro, Sunak foi criticado por não ter feito o suficiente para ajudar os britânicos mais fragilizados diante do aumento do custo de vida no Reino Unido.

Moção de censura

Para o Partido Trabalhista, a permanência de Johnson no poder até setembro é “inaceitável”. A legenda apresentou uma moção de censura no Parlamento, nesta terça-feira. Mas o governo se recusou a conceder tempo para o debate do tema no Parlamento, de acordo com os trabalhistas, que denunciaram um “abuso flagrante de poder”.

“Dado que o primeiro-ministro já pediu demissão e que um processo (para substituí-lo) está em curso, nós não achamos que seja uma utilização útil do tempo parlamentar”, justificou Downing Street, que acredita que uma moção de censura trabalhista poderia ser debatida se não tivesse como alvo o primeiro-ministro individualmente.

Entretanto, as chances de que a proposta seja apoiada pelos Tories é pequena, já que resultaria, em caso de sucesso, em eleições gerais, quando os conservadores poderiam perder a grande maioria que obtiveram em 2019, após eleição de Boris Johnson.

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