A Câmara baixa do Parlamento suíço recusou, nesta quinta-feira 1º, uma proposta que teria autorizado a transferência de armas de fabricação suíça para a Ucrânia.
A votação ocorreu após o presidente suíço, Alain Berset, ter se reunido com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante a cúpula da Comunidade Política Europeia na Moldávia, onde discutiram a exportação de equipamento bélico.
Em Berna, o Conselho Nacional votou contra a iniciativa parlamentar, apresentada por um comitê, pelo placar de 98 a 75.
Jean-Luc Addor, do Partido do Povo Suíço (de direita), o de maior representatividade no Conselho Nacional, disse que se a proposta fosse aprovada, a Suíça teria “se comprometido com um dos lados protagonistas (da guerra), portanto, violaria sua neutralidade”.
A Suíça mantém uma longa tradição de neutralidade militar. Apesar disso, o país de 8,8 milhões de habitantes tem um exército bem armado com recrutamento obrigatório para os homens.
A tradição suíça de neutralidade tem sido fortemente debatida desde o início da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O país alpino, que não integra a União Europeia, adotou sanções contra Moscou, mas não tem mostrado a mesma flexibilidade no campo das transferências militares.
Até agora, tem recusado os pedidos explícitos de Alemanha, Espanha e Dinamarca para reexportar para a Ucrânia armas procedentes destes países.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login