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Parlamento da Venezuela inicia consulta para definir a data da eleição presidencial

O processo de consulta foi convocado depois de os Estados Unidos decidirem restabelecer sanções ao petróleo e ao gás do país

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Marcelo Garcia/AFP
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O Parlamento da Venezuela iniciou nesta segunda-feira 5 um processo de consulta entre dirigentes políticos e a sociedade civil para elaborar uma proposta de cronograma para as eleições presidenciais, que será entregue ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), instituição competente para convocar o pleito.

Em outubro, governo e oposição assinaram um acordo para que as eleições sejam realizadas no segundo semestre deste ano, com observação da União Europeia.

O processo de consulta foi convocado depois de os Estados Unidos decidirem restabelecer sanções ao petróleo e ao gás da Venezuela, que haviam sido suspensas após o acordo sobre as eleições assinado em Barbados.

“Seria ideal que se formasse uma comissão de trabalho que em um período de 48 a 72 horas possa voltar a se encontrar para efeito de emitir, se possível, uma proposta de calendário eleitoral presidencial por consenso”, disse Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional e chefe da delegação do governo nas negociações com a oposição.

As eleições na Venezuela são convocadas pelo CNE, acusado pela oposição de servir ao chavismo, mas para Rodríguez “é extremamente sadio e fortalece o processo democrático da Venezuela que partidos políticos, que as pré-candidatas e pré-candidatos possam marcar posição, possam emitir opinião”.

“E em última instância possamos, entre todas e entre todos, construir um cronograma, um calendário eleitoral que sirva de sugestão ao Conselho Nacional Eleitoral”, acrescentou o líder parlamentar, que presidiu o CNE entre 2005 e 2006.

A liberal María Corina Machado, que arrasou na votação interna da oposição para ser sua candidata nas eleições deste ano, descartou participar da consulta, que tachou de “manobra” para “uma via eleitoral fraudulenta”.

“Alerto para esta manipulação grosseira que reitera a violação do Acordo de Barbados”, apontou Machado na rede X.

A Casa Branca, em apoio a Machado, decidiu retomar as sanções financeiras contra a Venezuela em resposta à decisão da Tribunal Supremo de Justiça, também de viés governista, de manter a inabilitação política por 15 anos contra ela.

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