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Parlamento da França suspende a impopular reforma da Previdência de Macron

Reverter a medida era uma das exigências da oposição socialista para não derrubar o governo

Parlamento da França suspende a impopular reforma da Previdência de Macron
Parlamento da França suspende a impopular reforma da Previdência de Macron
O presidente da França, Emmanuel Macron, em Nova York, em 23 de setembro de 2025. Foto: Ludovic Marin/AFP
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O Parlamento da França aprovou, nesta terça-feira 16, de forma definitiva, a suspensão da impopular reforma da Previdência do presidente Emmanuel Macron, uma das exigências da oposição socialista para não derrubar o governo atual.

A aprovação por 247 votos a favor e 232 contra ocorre no âmbito do orçamento da Seguridade Social, enquanto o Parlamento continua a debater a outra parte do projeto de contas para 2026.

A primeira vitória para o primeiro-ministro Sébastien Lecornu afasta por ora a queda de seu governo, após a Assembleia Nacional (Câmara baixa) já ter derrubado seus dois antecessores em menos de um ano.

“É uma vitória do Parlamento”, comemorou sua presidenta, Yaël Braun-Pivet, sobretudo porque o governo renunciou à possibilidade de aprová-lo sem o voto dos legisladores, como permitido por lei e é feito desde 2022.

O projeto aprovado prevê a suspensão até 2028 de uma das reformas centrais do segundo mandato de Macron, que adia a idade de aposentadoria para 64 anos e aumenta para 43 anos o tempo de contribuição necessário para uma aposentadoria integral.

Os deputados também suprimiram outras medidas previstas pelo governo para sanear os cofres públicos endividados, como o congelamento das aposentadorias e dos auxílios sociais.

No entanto, as negociações continuam sobre a outra parte das contas, o orçamento do Estado, que na segunda-feira recebeu o primeiro aval do Senado. Deputados e senadores devem agora chegar a um texto de compromisso.

Em 2024, Macron mergulhou a França em uma profunda crise política com a antecipação das eleições legislativas, que deixaram uma Assembleia sem maiorias e dividida em três grandes grupos: esquerda, centro-direita e extrema-direita.

A tramitação dos orçamentos de 2026 rompeu a aliança governista de centro-direita e a coalizão de esquerda, obrigando o governo a negociar cada medida para evitar uma moção de censura.

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