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Paradas do orgulho LGBTQIA+ ainda enfrentam resistência em várias partes do mundo

O prefeito de uma cidade da Coreia do Sul tentou impedir a realização de uma parada autorizada pela justiça, enquanto na Áustria a polícia conseguiu impedir um atentado que estava sendo preparado contra a marcha de Viena

Os participantes das marchas do orgulho LGBTQIA+ ainda enfrentam resistência em diversas partes do mundo (imagem ilustrativa) Getty Images/Beli P.
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Como acontece tradicionalmente no mês de junho, várias cidades organizam suas paradas de orgulho LGBTQIA+. Mas o evento festivo ainda enfrenta resistência em algumas regiões.

Daegu, cidade de tendência conservadora na Coreia do Sul, foi palco de sua parada LGBTQIA+ neste sábado (17). Mas o evento, que havia sido autorizado pela justiça, teve que enfrentar a resistência do próprio prefeito, que enviou centenas de funcionários para impedir a realização da marcha.

Há uma semana o prefeito Hong Joon-pyo tentava bloquear a manifestação, alegando que queria “destruir” um evento que considera “nojento”. No entanto, o tribunal administrativo de Daegu autorizou a realização da parada em nome da liberdade de expressão.

Mas isso não impediu que Joon-pyo enviasse cerca de 500 funcionários para tentar bloquear a marcha. Em resposta, 1500 policiais foram destacados para garantir a realização do evento e a segurança dos participantes. Os homens da prefeitura conseguiram atrasar o início do evento durante meia hora, antes de serem forçados pela polícia a liberar a passagem do cortejo.

As tensões em Daegu despertam os temores de que algo similar aconteça na capital sul-coreana, onde a parada LGBTQIA+ está prevista para ser realizada em 1° de julho. O prefeito de Seul, Oh Se-hoon, também se mostrou contra o evento.

Atentado terrorista

Já na Áustria, a polícia prendeu três suspeitos de terem planejado um ataque à marcha do orgulho LGBTQIA+ de Viena, que reuniu milhares de pessoas no sábado. Os jovens, de 14, 17 e 20 anos, são suspeitos de apoiar a organização jihadista Estado Islâmico (EI), e foram presos antes do início do desfile, segundo o chefe da agência de inteligência austríaca, Omar Haijawi-Pirchner.

“Eles compartilharam conteúdo extremista na Internet. Nesse contexto, os suspeitos focaram na Marcha do Orgulho como um possível alvo”, disse o Ministério do Interior austríaco em comunicado.

Durante as detenções de sábado, as autoridades austríacas encontraram armas e outras provas contra os três jovens austríacos, de origem chechena e bósnia. Eles planejaram usar “armas brancas ou veículos” durante a celebração, disse a polícia à imprensa.

Clima de festa em Chipre, apesar da divisão da ilha

Já a ilha de Chipre, dividida entre cipriotas gregos e turcos, acolheu uma gay pride pacifica, que conseguiu reunir as duas comunidades. Agitando bandeiras de arco-íris e cantando ‘unidos no orgulho além da divisão’, dezenas de pessoas se reuniram sob a vigilância das forças de paz da ONU na Linha Verde que separa a República de Chipre, reconhecida pelas Nações Unidas, da República Turca do Norte de Chipre (TRNC), autoproclamada e reconhecida apenas por Ancara.

O protesto “United by Pride”, que acontece pela segunda vez, “tem como objetivo mostrar que podemos nos unir e superar obstáculos”, disse à AFP Theodore Ieronymides, membro do Queer Collective CY, que ajudou a organizar o evento. Esta marcha das duas comunidades pode ajudar os cipriotas a “unir forças para provocar mudanças”, acrescentou Ieronymides.

Em Chipre, membro da União Europeia, a homossexualidade foi descriminalizada em 1998, mas o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo ainda não é autorizado. Já na República Turca do Norte de Chipre, a homossexualidade foi deixou de ser considerada um crime apenas em 2014.

Ainda na Europa, Sarajevo organiza sua quarta parada gay em 24 de junho, no mesmo dia em que Paris acolhe a sua tradicional Marcha do Orgulho LGBTQIA+.

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