Mundo

Para tentar conter a inflação, Argentina congela preços de mil itens até janeiro

‘O fundamental é frear a inflação e garantir um trimestre de muito consumo’, explica o secretário de Comércio Interior, Roberto Feletti

Para tentar conter a inflação, Argentina congela preços de mil itens até janeiro
Para tentar conter a inflação, Argentina congela preços de mil itens até janeiro
Foto: Ronaldo Schemidt/AFP
Apoie Siga-nos no

O governo argentino fechou um acordo com empresários para manter por 90 dias os preços de mais de mil produtos básicos da cesta familiar, em uma tentativa de conter a inflação, uma das mais altas do mundo, que acumula 37% em 2021.

“Esses 1.247 produtos com preços congelados serão uma âncora para a inflação”, afirmou nesta quinta-feira 14 o secretário de Comércio Interior, Roberto Feletti. Segundo o acordo, os preços desses produtos, correspondentes a alimentação e limpeza, devem retroagir até 1º de outubro e permanecer inalterados até 7 de janeiro.

“O fundamental é frear a inflação e garantir um trimestre de muito consumo”, declarou Feletti à Rádio El Uncover. O Instituto Nacional de Estatísticas informou nesta quinta que o índice de inflação em setembro foi de 3,5%, o que elevou a taxa interanual para 52,5%.

A inflação é um problema persistente na Argentina, que registra taxas anuais de dois dígitos há duas décadas. O acordo de preços amplia e reforça o programa Preços Cuidados, lançado em 2014 para estabelecer valores de referência de 500 produtos básicos da cesta familiar, como instrumento de combate à inflação.

O novo pacto de preços foi aprovado no âmbito de protestos de organizações sociais, que exigem mais assistência e subsídios alimentares devido à crise econômica, que mantém 40% da população na pobreza.

Semanas atrás, o governo decidiu aumentar em 16% o salário mínimo, para elevá-lo a 33.000 pesos mensais (317 dólares), menos da metade do valor da cesta básica de uma família típica, segundo o Indec. Também anunciou o pagamento, a partir de outubro, de um complemento que beneficiará quase 2 milhões de assalariados.

A Argentina realizará eleições legislativas em 14 de novembro, nas quais o governo tentará manter a maioria no Senado, faltando dois anos para o fim do mandato.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo