O Papa Francisco vê a possibilidade de que a Igreja Católica passe a abençoar uniões homoafetivas, desde que não sejam chamadas de matrimônio e confundidas com cerimônias de casamentos heterossexuais. A declaração foi publicada pelo Vaticano na segunda-feira 2 em resposta a perguntas de cardeais enviadas ao pontífice em julho.
Nesta semana, cinco cardeais conservadores da Ásia, África, América Latina e Estados Unidos enviaram perguntas ao pontífice. Os temas serão abordados em um encontro global, que começa nesta quarta-feira 4.
As respostas foram publicadas após os cinco cardeais criticarem publicamente as respostas dadas em particular pelo pontífice. Em especial, a resposta dada por Francisco sobre a união de pessoas do mesmo sexo causou insatisfação ao divergir drasticamente da resolução do Vaticano em 2021 sobre o tema, quando tornou-se expressamente proibida a bênção aos casais LGBTs.
Ao defender a abertura da Igreja, o pontífice acrescentou que “a caridade pastoral deve permear todas as nossas decisões e atitudes” e que a bênção, mais que a aprovação de uma união, é uma forma de aproximar a população LGBT da igreja.
Em agosto deste ano, o pontífice afirmou que ‘mulheres trans’ são filhas de Deus’ e que o mesmo ‘as ama como são. Desde que assumiu o maior posto da igreja Católica, Francisco tem sido o pontífice mais flexível com as questões LGBTs.
Entre os temas abordados, o Papa também respondeu que a ‘revelação divina’ (a transmissão das palavras de fé), deve ser adaptada e reinterpretada de acordo com as mudanças culturais e a “nova visão antropológica” trazida com elas.
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