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Papa Francisco tem noite tranquila mas segue em estado grave, informa Vaticano

Pontífice completou 13 dias de internação em Roma

Papa Francisco tem noite tranquila mas segue em estado grave, informa Vaticano
Papa Francisco tem noite tranquila mas segue em estado grave, informa Vaticano
Papa está internado em hospital de Roma – Foto: Andreas Solaro/AFP
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O papa Francisco, cujo estado de saúde permanece “crítico”, teve “uma noite tranquila”, anunciou nesta quarta-feira 26 o Vaticano, no dia em que o jesuíta argentino de 88 anos completa 13 dias de hospitalização para tratar uma pneumonia bilateral.

O líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos no mundo, internado na clínica Gemelli de Roma, passou “uma noite tranquila e está descansando”, afirmou a Santa Sé em um breve comunicado.

Na noite de terça-feira, o Vaticano informou que o estado de saúde continuava “crítico, mas estável”, com prognóstico “reservado”, mas que o pontífice havia trabalhado durante o dia.

O boletim médico também indicou que ele foi submetido a uma “TC (tomografia computadorizada) de controle programada para o monitoramento radiológico da pneumonia bilateral”, uma infecção do tecido pulmonar potencialmente fatal.

Segundo uma fonte do Vaticano, os resultados do exame, o terceiro desde sua hospitalização, devem ser conhecidos nesta quarta-feira.

A saúde de Jorge Bergoglio preocupa o mundo inteiro. Católicos rezam por sua rápida recuperação de sua cidade natal de Buenos Aires até a Praça de São Pedro, onde na terça-feira fiéis e cardeais rezaram um rosário pela segunda noite consecutiva.

A cena lembrou as concentrações organizadas antes da morte de João Paulo II, em 2005, mas o cardeal hondurenho Óscar Rodríguez Maradiaga, que coordenou o Conselho de Cardeais do papa, afirmou que “ainda não é o momento para que ele vá para o céu”.

“Sempre rezamos por ele e agora redobramos”, disse na noite de terça-feira Marcela Oviedo, 55 anos, durante uma missa pela saúde do papa celebrada em Roma.

Na manhã desta quarta-feira, velas, desenhos e mensagens de apoio ao papa Francisco decoravam a estátua de João Paulo II diante do Hospital Gemelli, epicentro dos jornalistas que cobrem o noticiário do Vaticano há quase duas semanas.

Renúncia?

A hospitalização, a quarta e mais longa desde 2021, provoca grande preocupação devido aos problemas anteriores que debilitaram a saúde do pontífice nos últimos anos: operações no cólon e no abdômen, além de dificuldades para caminhar.

E provocou novos questionamentos sobre a capacidade de Francisco para desempenhar suas funções, em particular porque o direito canônico não prevê nenhum dispositivo em caso de um problema grave que possa afetar sua lucidez.

A decisão anunciada pelo papa na segunda-feira de convocar um consistório de cardeais, em uma data que ainda será definida, também aumentou as especulações sobre a possibilidade de renúncia.

O jornal La Repubblica lembrou nesta quarta-feira que Bento XVI anunciou sua renúncia ao papado em 2013 durante um consistório sobre canonizações, “palavra que suscita uma apreensão instintiva” desde então.

Mas para o jornal Il Messaggero, a convocação envia “um sinal claro para toda a cúria, uma forma elegante de deixar claro que (Francisco) continua no comando e que não tem intenção de dar um passo atrás”.

“Bento demonstrou que o papa pode renunciar e acredito que Francisco tem a liberdade interior para fazer o mesmo, se considerar necessário”, declarou ao jornal La Stampa o cardeal italiano Augusto Paolo Lojudice.

O pontífice argentino já afirmou diversas vezes, no entanto que o momento ainda não chegou. Além disso, tem se mostrado mais ativo desde o início da semana.

Na segunda-feira, ele ligou para a paróquia de Gaza, como tem feito desde o início da guerra, e autorizou várias canonizações, incluindo a do “médico dos pobres” José Gregorio Hernández, que será o primeiro santo da Venezuela.

Líderes de todo o mundo também enviaram mensagens, do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo da França, Emmanuel Macron, ao venezuelano Nicolás Maduro, que o chamou o papa de “líder ético da humanidade”.

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