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Papa Francisco seguirá internado por mais ‘alguns dias’, confirma Vaticano

O breve boletim divulgado nesta terça-feira não informa uma data da possível alta do religioso, diz apenas que ele teve uma noite tranquila e que segue respondendo bem ao tratamento em Roma

Papa Francisco seguirá internado por mais ‘alguns dias’, confirma Vaticano
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O papa Francisco. Foto: Tiziana FABI / AFP
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O papa Francisco está de “bom humor” nesta terça-feira 11, horas depois de um boletim médico informar que sua vida não está mais em perigo e mencionar sua futura alta do Hospital Gemelli de Roma, após 26 dias de internação por problemas respiratórios.

“Está de bom humor, porque também está melhor”, disse uma fonte do Vaticano sobre o pontífice que, durante a manhã, acompanhou à distância exercícios espirituais no Vaticano e rezou em sua capela privada do hospital, segundo as informações oficiais.

Em seu apartamento no 10º andar do hospital no norte de Roma, o santo padre dos católicos prosseguiu com a fisioterapia e os exercícios para recuperar suas capacidades respiratórias, debilitadas pela doença.

O boletim médico mais recente, divulgado na manhã desta terça-feira 11 pelo Vaticano, indicou que o “pontífice continuou a terapia prescrita, farmacológica, respiratória e motora ativa”, além de seguir com as atividades da Igreja Católica por vídeo.

Na noite de segunda-feira 10, o prognóstico do papa Francisco deixou de ser “reservado” e agora a principal incógnita é quando os médicos darão alta ao jesuíta argentino de 88 anos. O Vaticano fala em necessidade de hospitalização por “mais alguns dias”, sem informar uma data exata.

O estado clínico “segue estável”, mas “dada a complexidade do quadro clínico e o importante quadro infeccioso apresentado no momento da internação, será necessário continuar a terapia médica farmacológica em ambiente hospitalar por mais alguns dias”, informava o boletim noturno.

Não está previsto um novo boletim nesta terça-feira, informou a Sala de Imprensa da Santa Sé.

“Que volte logo para Santa Marta. Nós o amamos muito e Santa Marta está vazia sem ele”, declarou à AFP na entrada do hospital Simonetta Maronge, uma funcionária da residência onde Francisco vive quando está no Vaticano.

Uma fonte do Vaticano negou, segundo a AFP, que os preparativos teriam começado na residência Santa Marta para o retorno do pontífice, dando a entender também que a alta do hospital não é iminente.

No hospital, Francisco tem trabalhado de forma intermitente e acompanhado as notícias sempre que possível, incluindo as inundações que afetaram seu país natal, a Argentina. O papa expressou em um telegrama sua dor pelas vítimas.

Aos pés da estátua de João Paulo II, na entrada da clínica Gemelli, os fiéis continuam depositando velas, flores, desenhos e rosários para pedir a rápida recuperação do primeiro papa latino-americano.

Imagem de João Paulo II em Roma virou ponto de encontro para fiéis que rezam pela saúde do papa Francisco.
Foto: Alberto PIZZOLI / AFP

Histórico de internações

O líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos foi internado em 14 de fevereiro no Hospital Gemelli por uma bronquite, que evoluiu para uma pneumonia bilateral. Após várias recaídas, os médicos começaram a contemplar o fim de sua hospitalização.

A hospitalização é a mais longa e mais grave desde a eleição em 2013 do então cardeal Jorge Bergoglio e o início de seu pontificado como Francisco, que completará 12 anos na quinta-feira.

A preocupação é maior devido aos problemas prévios que afetaram sua saúde nos últimos anos: operações no cólon e no abdômen, dificuldades para caminhar e sobrepeso.

E também provoca questionamentos sobre sua capacidade para desempenhar as funções de pontífice, em particular porque o direito canônico não prevê nenhum dispositivo em caso de problema grave que possa afetar sua lucidez.

O pontífice, que descartou recentemente a possibilidade de renunciar, assim como fez seu antecessor Bento XVI em 2013, não aparece em público desde a internação. Nenhuma imagem de Francisco foi divulgada, apenas um áudio com voz cansada e respiração ofegante na quinta-feira da semana passada.

Francisco não compareceu às cerimônias da Quarta-feira de Cinzas em 5 de março, que marca o início do período de jejum e penitência da Quaresma, mas sua recuperação poderia permitir seu retorno para a Semana Santa e a Páscoa.

(Com informações de AFP)

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