Mundo
Papa expressa disposição a oferecer asilo para Aung San Suu Kyi
A ex-chefe de Governo birmanesa foi detida pelos militares durante o golpe de Estado de 2021 e enfrenta problemas de saúde, segundo a imprensa local
O papa Francisco pediu a libertação da ex-governante birmanesa destituída Aung San Suu Kyi e propôs abrigá-la no território do Vaticano, durante conversas com jesuítas na Ásia, divulgada nesta terça-feira por um jornal italiano.
“Pedi a libertação de Aung San Suu Kyi e recebi seu filho em Roma. Propus ao Vaticano acolhê-la em nosso território”, declarou o pontífice argentino, segundo palavras extraídas de conversas com jesuítas em sua recente viagem ao sudeste da Ásia e Oceania no início de setembro.
O jornal italiano Il Corriere della Sera publicou nesta terça-feira um trecho das conversas, privadas, que o pontífice teve na Indonésia, Timor Leste e Singapura, em um artigo do padre Antonio Spadaro, um jesuíta italiano próximo a Francisco que estava presente nos encontros.
“Hoje, em Mianmar, não podemos permanecer calados: é necessário fazer algo”, disse o papa, que visitou o país em novembro de 2017.
“O futuro do seu país deve ser uma paz baseada no respeito pela dignidade e pelos direitos de todos, no respeito por uma ordem democrática que permita a cada pessoa dar a sua contribuição para o bem comum”, acrescentou.
Aung San Suu Kyi, 78 anos, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1991, cumpre uma pena de 27 anos de prisão por corrupção e violação das restrições relacionadas com a covid-19.
A ex-chefe de Governo birmanesa foi detida pelos militares durante o golpe de Estado de 2021 e enfrenta problemas de saúde, segundo a imprensa local.
Desde o golpe de 2021, que acabou com um período democrático de 10 anos em Mianmar, a junta militar iniciou uma guerra violenta contra vários grupos insurgentes da oposição e das minorias étnicas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.


