O Papa Francisco chamou o prazer culinário e sexual de “simplesmente divino”, em um livro de entrevistas publicado nesta quarta-feira 09 na Itália.
“A Igreja condenou os prazeres desumanos, grosseiros, vulgares, mas por outro lado sempre aceitou os prazeres humanos, sóbrios, morais”, afirmou o papa argentino quando questionado por Carlo Petrini, escritor e gourmet italiano.
“O prazer vem diretamente de Deus, não é católico, nem cristão, nem nada parecido, é simplesmente divino”, enfatiza o pontífice.
“O prazer de comer serve para manter uma boa saúde, da mesma forma que o prazer sexual serve para embelezar o amor e garantir a continuidade da espécie”, disse Francisco.
O papa se opõe categoricamente a uma “moralidade abençoada” que rejeita a noção de prazer, como aconteceu na história da Igreja Católica. Segundo ele essa “é uma interpretação errônea da mensagem cristã”, que “causou enormes danos, ainda perceptíveis em alguns casos”.
O papa também destaca sua admiração pelo filme “A Festa de Babette”, que se passa em uma comunidade protestante dinamarquesa ultrapuritana do século XIX e que é uma homenagem à gastronomia.
“Para mim é um hino à caridade cristã, ao amor”, considera o Papa.
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