Mundo
Papa critica Kamala e Trump e diz que católicos dos EUA terão que escolher o ‘mal menor’
‘Na moral política, no geral se costuma dizer que não votar é ruim, não é bom. É preciso votar e é preciso escolher o mal menor’, disse o líder religioso


O papa Francisco criticou nesta sexta-feira 13 os dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos. Segundo o pontífice, o republicano Donald Trump, que rejeita os imigrantes, e a democrata Kamala Harris, que “mata crianças” ao defender o direito ao aborto, são “contra a vida”.
“Ambos são contra a vida, tanto o que expulsa os imigrantes quanto o que mata crianças. Ambos são contra a vida“, declarou o pontífice argentino no avião que o levava de volta a Roma após uma viagem de doze dias pelo Sudeste Asiático e pela Oceania.
“Não sou dos Estados Unidos, não vou votar lá. Mas sejamos claros: tanto não dar aos migrantes a possibilidade de trabalhar quanto não lhes fornecer acolhida é um pecado, é grave”, declarou Francisco, segundo a transcrição para o espanhol de suas declarações em italiano, publicada no portal Vatican News.
“Hoje há uma corrente migratória [para os EUA] dentro da América Central, muitas vezes são tratados como escravos porque se aproveitam deles. A migração é um direito que já estava nas Sagradas Escrituras e no Antigo Testamento. Não esqueçam do estrangeiro, do órfão, da viúva. Isso é o que eu penso sobre os migrantes”, acrescentou.
Em relação ao direito ao aborto, Francisco afirmou: “Abortar é matar um humano. Goste você ou não da palavra, mas é matar. A Igreja não se fecha porque não permite o aborto, a Igreja não permite o aborto porque mata. É um assassinato, é um assassinato!”, ressaltou.
“Devemos ser claros: afastar os migrantes, não deixá-los se desenvolver, não deixá-los ter vida é algo ruim, é maldade. Afastar um filho do peito da sua mãe é um assassinato, porque há vida”, sentenciou.
“Na moral política, no geral se costuma dizer que não votar é ruim, não é bom. É preciso votar e é preciso escolher o mal menor. Quem é o mal menor? Essa senhora ou esse senhor? Não sei, que cada um pense com sua consciência” e tome sua decisão, acrescentou.
(Com informações da AFP).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.