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Países nórdicos se recusam a reabrir fronteiras com Suécia após política anti-quarentena

Suécia liderou o número de mortos pelo novo coronavírus na região, e agora deve mais tempo ficar isolada

(fOTO: afp/ h. montgomory)
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Enquanto boa parte da Europa reabre suas fronteiras internas, a Suécia, que adotou uma estratégia de gestão da pandemia na contramão dos vizinhos, é cada vez mais contestada. Dinamarca, Finlândia e Noruega se recusaram a autorizar a entrada de viajantes vindos do território sueco, onde a taxa de contaminação pela covid-19 é superior aos países da região.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Suécia foi um dos raros países da Europa a recusar um confinamento total da população. O território sueco também foi o único a se manter aberto para os viajantes da União Europeia desde o mês de março, enquanto o resto do continente fechava suas fronteiras.

Mas a estratégia de Estocolmo, que consistia em proteger principalmente os chamados grupos de risco e deixar o vírus circular até perder força naturalmente, mostrou seus limites: rapidamente a Suécia passou a liderar o número de mortos pelo novo coronavírus na região, registrando uma taxa de mortalidade de 48 óbitos por cada grupo de 100.000 habitantes.

Agora, com a reabertura das fronteiras internas da Europa, que teve início nessa segunda-feira (15), o país está pagando o preço de sua criticada gestão da crise sanitária. Seus vizinhos Dinamarca, Finlândia e Noruega abriram as suas fronteiras comuns, mas se recusam a autorizar a entrada de viajantes vindos da Suécia.

Além do impacto que a medida pode ter no turismo, já que os suecos não poderão viajar para os países vizinhos durante a temporada de férias de verão que começa nesse momento no hemisfério norte, a decisão repercute nos moradores das zonas fronteiriças.

Antes da crise sanitária, 3,5 milhões de pessoas em média atravessavam as fronteiras internas da União Europeia diariamente, segundo dados do Parlamento Europeu. Entre eles, 1,7 milhões são trabalhadores que atuam e vivem nas regiões fronteiriças.

Turismo tenta se recuperar na Suécia

Se os suecos não podem entrar nos países vizinhos, as autoridades locais tentam atrair turistas, mantendo suas fronteiras totalmente abertas para os visitantes europeus. Mas atualmente, os principais pontos turísticos de cidades, como a capital Estocolmo, continuam vazios.

“Em tempos normais, nessa época do ano, os moradores se sentem invadidos pelo número de turistas”, comenta Aron Abramsson, do serviço de turismo da cidade. “Mas agora é como se estivéssemos em um vilarejo. Algumas pessoas passeiam, mas está bem vazio”, avalia.

Um bom exemplo é o porto em frente ao Gamla Stan, o centro histórico de Estocolmo, de onde normalmente 10 barcos partem por hora em direção às ilhas vizinhas, transportando turistas e moradores. Atualmente, a cada hora apenas dois barcos circulam e, mesmo assim, apenas um terço dos lugares estão ocupados.

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