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Países do Brics pedem ‘reequilíbrio’ mundial diante do conflito na Ucrânia

Os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reuniram na Cidade do Cabo

Países do Brics pedem ‘reequilíbrio’ mundial diante do conflito na Ucrânia
Países do Brics pedem ‘reequilíbrio’ mundial diante do conflito na Ucrânia
Foto: RODGER BOSCH/AFP
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Os principais diplomatas dos países do Brics pediram um “reequilíbrio” da ordem mundial em conversas nesta quinta-feira 1º, na África do Sul, em um momento em que o bloco busca maior relevância na cena internacional no contexto da guerra na Ucrânia.

Os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reuniram na Cidade do Cabo em uma conferência de dois dias.

“Nossa reunião deve enviar uma mensagem firme de que o mundo é multipolar, está se reequilibrando e que as velhas formas não servem para lidar com as novas situações”, disse o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, em seu pronunciamento de abertura.

A invasão da Ucrânia tem isolado amplamente a Rússia da comunidade internacional, levando-a a fortalecer seus laços com a China e com outros países, incluindo a África do Sul.

O governo sul-africano diz querer manter neutralidade em relação à guerra, mas tem sido criticado por se aproximar do Kremlin e defende que os Brics atuem como um contrapeso a uma ordem internacional dominada pelo Ocidente.

“Nossa visão dos Brics é que nossa parceria proporcione liderança global em um mundo fraturado por concorrência, tensão geopolítica, desigualdade e deterioração da segurança mundial”, declarou a chanceler sul-africana, Naledi Pandor, na reunião.

As conversas precedem uma cúpula de chefes de Estado prevista para agosto, que se tornou um problema para o país anfitrião, a África do Sul, devido à possível presença do presidente russo, Vladimir Putin.

Putin é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por acusações de que a Rússia deportou ilegalmente crianças ucranianas.

Em tese, a África do Sul, membro do TPI, deveria deter Putin se ele colocasse os pés no país.

Nesta quinta-feira, a ministra Pandor reiterou que Putin, assim como todos os outros líderes, foi convidado e explicou que o governo estava estudando suas “opções legais”.

Em frente ao hotel onde ocorreu a reunião, uma dúzia de manifestantes com bandeiras ucranianas e trajes tradicionais entoavam “Parem Putin! Parem a guerra!”.

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