Mundo
Países do Brics pedem ‘reequilíbrio’ mundial diante do conflito na Ucrânia
Os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reuniram na Cidade do Cabo
Os principais diplomatas dos países do Brics pediram um “reequilíbrio” da ordem mundial em conversas nesta quinta-feira 1º, na África do Sul, em um momento em que o bloco busca maior relevância na cena internacional no contexto da guerra na Ucrânia.
Os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reuniram na Cidade do Cabo em uma conferência de dois dias.
“Nossa reunião deve enviar uma mensagem firme de que o mundo é multipolar, está se reequilibrando e que as velhas formas não servem para lidar com as novas situações”, disse o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, em seu pronunciamento de abertura.
A invasão da Ucrânia tem isolado amplamente a Rússia da comunidade internacional, levando-a a fortalecer seus laços com a China e com outros países, incluindo a África do Sul.
O governo sul-africano diz querer manter neutralidade em relação à guerra, mas tem sido criticado por se aproximar do Kremlin e defende que os Brics atuem como um contrapeso a uma ordem internacional dominada pelo Ocidente.
“Nossa visão dos Brics é que nossa parceria proporcione liderança global em um mundo fraturado por concorrência, tensão geopolítica, desigualdade e deterioração da segurança mundial”, declarou a chanceler sul-africana, Naledi Pandor, na reunião.
As conversas precedem uma cúpula de chefes de Estado prevista para agosto, que se tornou um problema para o país anfitrião, a África do Sul, devido à possível presença do presidente russo, Vladimir Putin.
Putin é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por acusações de que a Rússia deportou ilegalmente crianças ucranianas.
Em tese, a África do Sul, membro do TPI, deveria deter Putin se ele colocasse os pés no país.
Nesta quinta-feira, a ministra Pandor reiterou que Putin, assim como todos os outros líderes, foi convidado e explicou que o governo estava estudando suas “opções legais”.
Em frente ao hotel onde ocorreu a reunião, uma dúzia de manifestantes com bandeiras ucranianas e trajes tradicionais entoavam “Parem Putin! Parem a guerra!”.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.