Mundo
Otan é para países europeus, lembra chancelaria da França
O lembrete foi dado após Donald Trump afirmar que defenderia a inclusão do Brasil no tratado


A França lembrou nesta quarta-feira 20 que apenas países europeus podem ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte como novos aliados. O lembrete foi uma resposta à declaração do presidente americano, Donald Trump, a respeito de uma eventual adesão do Brasil.
“A Otan é uma aliança de nações vinculadas por uma cláusula de defesa coletiva, cujo campo de aplicação geográfica se define claramente no Tratado de Washington de 4 de abril de 1949″, afirmou uma porta-voz da Chancelaria francesa.
Em uma entrevista coletiva conjunta com o presidente Jair Bolsonaro, Trump manifestou sua intenção de “designar o Brasil como um aliado preferencial fora da Otan, (…) talvez um membro da Otan”.
Hoje, o Tratado do Atlântico Norte de 1949, que rege o funcionamento da Aliança, permite em seu Artigo 10 a filiação “de qualquer outro Estado europeu” em condições de “contribuir para a segurança na região”.
“Terei que falar com muita gente, mas [possa ser] integrante da Otan, o que faria avançar muito a segurança e a cooperação entre nossos países”, acrescentou o presidente dos Estados Unidos.
Militares em exercícios da Otan (Foto: Wikimedia)
➤ Leia também: Bolsonaro promete "honrar" decisão militar de Trump na Venezuela
A Otan nasceu em 1949, quatro anos depois do final da Segunda Guerra Mundial que devastou o continente europeu, com o objetivo de favorecer “o bem-estar e a estabilidade” na região.
Dos 12 países fundadores, entre eles Canadá e Estados Unidos, a Otan passou para 29 integrantes em 2017, com a entrada de Montenegro em virtude do Artigo 10. A Macedônia do Norte iniciou seu caminho para se tornar o 30º aliado.
Embora sua missão nas principais décadas tenha sido conter a influência da URSS, desde sua desintegração em 1991, a Aliança Atlântica decidiu ir além de sua região imediata e colaborar com outros sócios – uma visão
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.