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Os principais temas da viagem de Lula à Guiana

O presidente deve encontrar lideranças para discutir segurança alimentar e crise climática, tendo como pano de fundo a disputa entre Venezuela e Guiana

O presidente Lula. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca, nesta quarta-feira 28, em Georgetown, capital da Guiana. O presidente vai participar da 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom). 

No evento, as lideranças deverão tratar de políticas ligadas à segurança alimentar e às mudanças climáticas.

A comitiva presidencial é composta pela ministra Simone Tebet (Planejamento) e pelos ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Renan Filho (Transportes) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional).

Quem convidou Lula para participar do evento foi o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali. Ambos deverão ter uma reunião bilateral durante a viagem. O presidente brasileiro também deverá se encontrar com Chan Santokhi, representante do Suriname.

Em seguida, Lula irá para São Vicente e Granadinas para participar da conferência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). 

Um tema importante na viagem de Lula deverá ser a crise entre a Guiana e a Venezuela, que remete à disputa pelo território conhecido como Essequibo.

No final do ano passado, o governo de Nicolás Maduro chegou a realizar um referendo para consultar a população sobre a possibilidade de que a Venezuela anexe o território. 

A área, administrada pela Guiana, corresponde a 160 mil quilômetros quadrados e é rica em reservas de petróleo. Descobertas recentes de jazidas de petróleo e gás fizeram com que a economia da Guiana passasse a ter um crescimento expressivo de quase 400%, entre 2021 e 2023.

Desde que a disputa entre Venezuela e Guiana se intensificou, o Brasil passou a atuar como mediador do conflito. Em janeiro, por exemplo, uma reunião entre representantes dos dois países aconteceu em Brasília (DF).

Na viagem desta semana, Lula também deverá encontrar o presidente venezuelano. Um tema relevante para as duas lideranças diz respeito às eleições na Venezuela, marcadas para este ano.

O país vizinho vive sob a vigência do Acordo de Barbados, que estabelece que as eleições sejam realizadas de maneira transparente. Como contrapartida, os Estados Unidos poderiam aliviar as sanções contra a Venezuela.

No final de janeiro, a instância máxima da Justiça venezuelana proibiu a oposicionista María Corina Machado não apenas de participar das eleições do próximo semestre, mas de ocupar cargos públicos pelos próximos quinze anos. 

Em outubro do ano passado, ela venceu as eleições primárias da oposição e iria concorrer com Maduro pela presidência. 

Parte da comunidade sul-americana – como o Equador, o Paraguai, o Uruguai e a Argentina – criticou a inelegibilidade de Corina Machado. Lula, entretanto, não se pronunciou sobre o tema.

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