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Os primeiros decretos assinados por Milei após a posse como presidente da Argentina
Redução dos ministérios e brecha para nomear a própria irmã para cargo no governo marcam primeiras medidas do novo presidente
Logo após assumir como novo presidente da Argentina, Javier Milei assinou as primeiras medidas de uma minirreforma do Estado, que devem dar o tom sobre como será o seu governo. Milei reduziu de 22 para 9 o número de ministérios no país, atribuindo a cada um as suas novas funções.
O novo presidente argentino assinou seu primeiro Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), uma ferramenta legislativa parecida com as Medidas Provisórias (MPs) no Brasil. Na Argentina, o DNU é usado quando o presidente resolve legislar sobre temas urgentes, e vale apenas para áreas limitadas e por tempo determinado.
Basicamente, Milei criou dois super ministérios principais no seu governo. O de Capital Humano, que ficará a cargo de Sandra Petovello, e o de Infraestrutura, que será chefiado por Guillermo Ferraro.
No primeiro caso, a pasta servirá para abarcar políticas sobre educação, cultura e trabalho. Já o ministério da Infraestrutura será responsável por elaborar políticas sobre obras públicas, transportes, energia e habitação.
Outra medida importante do novo presidente da Argentina foi a revogação de parte um decreto dos tempos do ex-presidente Mauricio Macri que limitava a nomeação de familiares para cargos públicos.
Ao assinar o decreto 12/2023, Milei criou uma exceção para nomeações feitas pelo presidente. A medida serve para facilitar a nomeação da sua irmã, Karina Milei, como secretária geral da Presidência.
Karina é o nome mais próximo (inclusive, a nível político) ao novo presidente. Foi ela, por exemplo, que acompanhou o novo presidente na cerimônia de posse e que esteve à frente das várias rodadas de negociação para os novos nomes do governo.
Os primeiros decretos de Milei seguem o ritmo das suas promessas de campanha: redução do Estado e diminuição dos gastos públicos. Apesar da pontual reforma administrativa, o choque econômico deverá ser conhecido apenas na terça-feira 12.
O novo ministro da Economia, Luis Caputo, deverá anunciar logo no começo do dia o pacote de medidas que deverá dar início a um ajuste econômico. Durante o discurso de posse, proferido no domingo, Milei citou várias vezes a necessidade de um ajuste para conter a crise econômica e frear a escalada da inflação.
Ainda não há dados oficiais sobre os principais pontos do pacote que será anunciado por Caputo, mas a imprensa argentina já começou a adiantar que itens como a liberação de preços dos combustíveis, aumento no valor do dólar comercial oficial, congelamento de gastos e redução dos subsídios nas tarifas devem ser algumas das medidas a serem anunciadas.
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