Mundo
Os modelos econômicos chineses
O aumento de influência das províncias é reflexo das políticas adotadas a partir de 1993
No próximo mês de outubro acontece o 18º Congresso do Partido Comunista Chinês. Nele, serão eleitos sete dos nove membros que compõem o comitê permanente do Politburo – conforme explica Ricardo Bacelette no trabalho “Eleições na China em 2012: reflexos nas mudanças sócio econômicas”, publicado na revista do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).
O fortalecimento das lideranças provinciais
Há dois órgãos de poder na China: o Comitê Permanente, composto por 25 membros; e o Politburo, com 9 membros. Em 1992, dos 25 membros do Comitê Central, 50% possuíam experiência em liderança provincial. Em 2007, 76,6%. Atualmente, dos 9 membros do Politburo, 8 exerceram liderança provincial.
Esse aumento de influência das províncias é reflexo das políticas adotadas pela China a partir de 1993. Os governos provinciais ganharam autonomia e, em meados da década de 1990 foi lançado o programa Grande Desenvolvimento Ocidental, destinado a desenvolver o oeste da China.
Hoje, na China, convivem dois modelos
O modelo globalizado
O modelo globalizado é representado pela província de Guandong e seu líder Wang Yan. É umbilicalmente ligada ao modelo global de produção, como “oficina do mundo”.
Wang concedeu relativa liberdade à imprensa e tem estimulado a organização sindical. Em 2010 houve greve dos trabalhadores contra as multinacionais, que permitiu ganhos de salário de 30 a 40%. A greve foi apoiada por Wang.
Apesar do sucesso econômico, no plano social o modelo deixou a desejar.
Houve enorme avanço no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Mas a concentração de renda aumentou de forma expressiva.
Em 1998, a renda dos 10% mais ricos era 7,3 vezes superior à dos 10% mais pobres. Em 2007 saltou para 23 vezes.
Parte dessa concentração se deve ao salário pago aos altos executivos: cerca de 128 vezes superior ao de um trabalho industrial médio, no caso das estatais; e ainda maior no caso das empresas privadas.
O modelo de desenvolvimento interno
O contraponto a Guandong é o modelo de Chongqing, liderado originalmente por Bo Xilai – e fruto da conquista do oeste empreendida nos anos 90.
Atualmente, Bo Xilai é carta fora do baralho depois de ter se envolvido em problemas de corrupção, ser deposto do cargo e expulso do PC.
Nos últimos anos superou a média nacional de crescimento de renda. Em 2008 cresceu 14,9% contra 9% de crescimento da China. Mesmo depois da eclosão da crise internacional, continuou crescendo a taxas de dois dígitos.
Xilai era o que se poderia denominar, por aqui, de político populista. Sua sensibilidade para com os problemas da população, no entanto, abriu espaço para uma experiência inédita. O modelo desenvolvido teve maior participação do investimento e consumo doméstico, fortes incentivos ao crédito das famílias e das empresas e políticas sociais expressivas.
Na China, as exportações eqüivalem a 32% do PIB; em Chongqing, a 7,6%. Em 2007, o investimento correspondeu a 62% do PIB, contra 42% da China.
Em 1998 o PIB per capita da província era de 4.684 yuans, contra 6.038 da média nacional. Em 2010 atingiu 27.366 yuans.
Apesar de Bo Xilai ser carta fora do jogo, o modelo de Chongqing conquistou adesões.
No próximo mês de outubro acontece o 18º Congresso do Partido Comunista Chinês. Nele, serão eleitos sete dos nove membros que compõem o comitê permanente do Politburo – conforme explica Ricardo Bacelette no trabalho “Eleições na China em 2012: reflexos nas mudanças sócio econômicas”, publicado na revista do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).
O fortalecimento das lideranças provinciais
Há dois órgãos de poder na China: o Comitê Permanente, composto por 25 membros; e o Politburo, com 9 membros. Em 1992, dos 25 membros do Comitê Central, 50% possuíam experiência em liderança provincial. Em 2007, 76,6%. Atualmente, dos 9 membros do Politburo, 8 exerceram liderança provincial.
Esse aumento de influência das províncias é reflexo das políticas adotadas pela China a partir de 1993. Os governos provinciais ganharam autonomia e, em meados da década de 1990 foi lançado o programa Grande Desenvolvimento Ocidental, destinado a desenvolver o oeste da China.
Hoje, na China, convivem dois modelos
O modelo globalizado
O modelo globalizado é representado pela província de Guandong e seu líder Wang Yan. É umbilicalmente ligada ao modelo global de produção, como “oficina do mundo”.
Wang concedeu relativa liberdade à imprensa e tem estimulado a organização sindical. Em 2010 houve greve dos trabalhadores contra as multinacionais, que permitiu ganhos de salário de 30 a 40%. A greve foi apoiada por Wang.
Apesar do sucesso econômico, no plano social o modelo deixou a desejar.
Houve enorme avanço no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Mas a concentração de renda aumentou de forma expressiva.
Em 1998, a renda dos 10% mais ricos era 7,3 vezes superior à dos 10% mais pobres. Em 2007 saltou para 23 vezes.
Parte dessa concentração se deve ao salário pago aos altos executivos: cerca de 128 vezes superior ao de um trabalho industrial médio, no caso das estatais; e ainda maior no caso das empresas privadas.
O modelo de desenvolvimento interno
O contraponto a Guandong é o modelo de Chongqing, liderado originalmente por Bo Xilai – e fruto da conquista do oeste empreendida nos anos 90.
Atualmente, Bo Xilai é carta fora do baralho depois de ter se envolvido em problemas de corrupção, ser deposto do cargo e expulso do PC.
Nos últimos anos superou a média nacional de crescimento de renda. Em 2008 cresceu 14,9% contra 9% de crescimento da China. Mesmo depois da eclosão da crise internacional, continuou crescendo a taxas de dois dígitos.
Xilai era o que se poderia denominar, por aqui, de político populista. Sua sensibilidade para com os problemas da população, no entanto, abriu espaço para uma experiência inédita. O modelo desenvolvido teve maior participação do investimento e consumo doméstico, fortes incentivos ao crédito das famílias e das empresas e políticas sociais expressivas.
Na China, as exportações eqüivalem a 32% do PIB; em Chongqing, a 7,6%. Em 2007, o investimento correspondeu a 62% do PIB, contra 42% da China.
Em 1998 o PIB per capita da província era de 4.684 yuans, contra 6.038 da média nacional. Em 2010 atingiu 27.366 yuans.
Apesar de Bo Xilai ser carta fora do jogo, o modelo de Chongqing conquistou adesões.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.