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Opositora inabilitada na Venezuela cobra manifestação de Lula contra Maduro

‘Deve ficar clara qual é a posição de Lula sobre essa aberração que cometeu Maduro’, afirmou Maria Corina Machado

Opositora inabilitada na Venezuela cobra manifestação de Lula contra Maduro
Opositora inabilitada na Venezuela cobra manifestação de Lula contra Maduro
Maria Corina Machado, uma das lideranças da oposição a Nicolás Maduro na Venezuela. Foto: Federico Parra/AFP
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A política venezuelana María Corina Machado, recém-inabilitada a participar das eleições presidenciais de 2024, cobrou nesta quarta-feira 5 uma manifestação enfática do presidente Lula sobre a punição da qual ela foi alvo.

Integrante da ala mais radical da oposição ao presidente Nicolás Maduro, Machado foi inabilitada a exercer cargos públicos por 15 anos, segundo um texto da Controladoria divulgado no final de junho.

“Dada sua proximidade e amizade com Maduro, para os venezuelanos e para todos os democratas do mundo, deve ficar clara qual é a posição de Lula sobre essa aberração que cometeu Maduro”, disse Machado em entrevista ao jornal O Globo.

Segundo ela, a posição de Lula sobre a Venezuela “é inadmissível a esta altura do jogo” e o Brasil pode contribuir com uma transição pacífica no país, “mas não botando panos quentes e justificando os crimes de Maduro”.

“Pediria que [Lula] acompanhe as primárias como exercício pacífico de canalização das tensões que existem na Venezuela. Assim se fortaleceria como interlocutor, com Maduro e com a sociedade venezuelana”, prosseguiu. “Caso contrário, acho que sua tentativa de ser relevante neste processo será um fracasso monumental.”

De acordo com a Controladoria, a inabilitação de Machado está baseada em “irregularidades administrativas” quando foi deputada, entre 2011 e 2014.

Ela também é acusada de ter participado de “uma rede de corrupção” liderada por Juan Guaidó, reconhecido, entre janeiro de 2019 e janeiro de 2023, como presidente interino da Venezuela por cinquenta países que rejeitavam a reeleição de Maduro em 2018, por considerá-la “fraudulenta”.

Na terça-feira 4, Lula defendeu o diálogo entre os países da América Latina, inclusive com governos questionados pela comunidade internacional, como o de Maduro na Venezuela e o de Daniel Ortega na Nicarágua.

“Com relação à questão da Venezuela, todos os problemas que a gente tiver de democracia, a gente não se esconde deles, a gente enfrenta eles”, afirmou o presidente brasileiro. “Não conheço pormenores do problema com a candidata da Venezuela, pretendo conhecer.”

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